Deputados eleitos por Itu afirmam ser favoráveis à cassação de Cunha

Herculano Passos (PSD) e José Olímpio (DEM) confirmaram presença na votação que acontece segunda-feira. São necessários 257 votos para ex-presidente da Câmara ser cassado

LUCAS GANDIA

Na noite da próxima segunda-feira (12), a Câmara dos Deputados votará, em sessão extraordinária, a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB – RJ), dez meses após o início da tramitação do processo no Conselho de Ética. Para que haja a perda do mandato, são necessários 257 favoráveis.

Consultados pelo “Periscópio”, os deputados federais eleitos por Itu, Herculano Passos (PSD) e José Olímpio (DEM), se manifestaram favoráveis à cassação de Cunha. Levantamentos realizados pela grande mídia apontam que, até a tarde de ontem (9), 281 deputados declararam que votarão pela perda do mandato do parlamentar.

Suspenso desde maio por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), por supostamente obstruir as investigações contra ele, Cunha acabou renunciando ao cargo de presidente da Câmara em julho. Ele é acusado de manter contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado.

Ao JP, Herculano Passos se manifestou seguro de sua decisão. “Sou favorável, por tudo o que foi apurado na Comissão de Ética”, destacou. Já José Olímpio afirmou que seu voto está alinhado à decisão do partido. “Toda a bancada do DEM será favorável. Nosso posicionamento é claro. Ele nem deveria ter ido até a CPI”, ressaltou o deputado.

Sem “pena branda”
O “Periscópio” também questionou os parlamentares sobre a possibilidade de aplicar uma pena mais branda ao peemedebista, nos moldes do que aconteceu com a presidente cassada Dilma Rousseff (PT) no processo de impeachment. Os deputados federais eleitos por Itu também afirmaram ser contrários à “anistia política” a Cunha.

“Não sou favorável à pena mais branda, porque o que ele fez foi muito grave”, observou Herculano Passos.
José Olímpio afirmou não ver sentido em qualquer votação por uma medida punitiva mais leve. “Sou totalmente contrário. A partir do momento em que vota em plenário, não faz sentido não decidir pela cassação. Não é coerente com o tudo o que está acontecendo”, relatou.

Se for votado e aprovado o parecer do Conselho de Ética, Cunha, além de ter o mandato cassado, ficará inelegível pelo prazo que falta para acabar o seu mandato (até 2018) e mais oito anos depois.