Desaprovação de contas de vereadores eleitos repercute na Câmara

 

Giva e Castanheira comentaram seus casos. Presidente Marquinhos da Funerária ofereceu o Jurídico da Casa a eles

 

A desaprovação de contas de campanha dos vereadores eleitos Normino da Rádio (PHS), Dito Roque (PTN), Givanildo Soares (PROS) e Sérgio Castanheira (PSD), noticiada na edição do último sábado (3) do JP, repercutiu durante a Palavra Livre da Câmara de Vereadores desta semana. O primeiro a falar sobre o assunto foi Castanheira, que esclareceu sua situação.

“Eu sempre trabalhei com a maior transparência em todas as campanhas. Sempre usei recursos próprios, e sempre depositei cheques da minha conta particular para a conta de campanha de vereador. O grande problema foi que, nessa eleição, eu não tive conhecimento que as doações acima de R$ 1.064,00 não poderiam ser feitas como depósito; teriam que ser feitas como transferência eletrônica”, disse.

Castanheira reafirmou desconhecer essa norma e disse que fez o depósito por cheque por ser uma modalidade de fácil rastreabilidade. “Realmente foi uma situação de surpresa pra mim. E eu não sofri penalidade, apenas a conta foi rejeitada. Eu não causei prejuízo pra ninguém, porque foi recurso meu transferido para a própria conta de campanha”, prosseguiu o edil reeleito.

Em aparte, Josimar Ribeiro (PTN) declarou que não deve acontecer nada com Castanheira. “Há a interpretação da Justiça, mas se for dessa forma, teriam outros que não poderiam assumir. Usaram a máquina e não deu nada. Agora, vossa excelência foi eleito pelo povo, fez uma campanha honesta como os demais fizeram”, disse o vereador. Já Hermes Jabá (PSD) disse que a decisão da Justiça foi como “procurar pelo em ovo”.

Giva também comentou a matéria publicada pelo “Periscópio”. Ele disse que nunca teve problemas de conta de campanha, pois sempre prezou em fazer a coisa certa. “Só que o Judiciário está cada dia mais meticuloso, cada dia mais cauteloso com a nossa classe, que está deixando a desejar. Somos nós os responsáveis por isso”, apontou o vereador.

Ele disse ainda que não sabia sobre a doação que provocou a desaprovação de suas contas. “Confesso que não sabia, porque teve a coligação de partidos, teve papel que foi feito, que eu sinceramente não tive conhecimento. Quem cuida da minha conta é a minha secretária. O juiz entendeu que o meu doador, que foi o Toninho Carvalho, é pessoa jurídica, quando na verdade ele doou da pessoa física. E a pessoa física dele pode muito bem doar R$ 1.800,00”, declarou Giva.

O vereador disse que não houve dolo e está tranquilo. “Eu acho que o jornal foi ao extremo quando disse que nós podemos ser cassados. Isso é uma utopia, porque nós vamos recorrer e eles vão ver que não teve o dolo, não teve a intenção de forjar o pleito eleitoral. Então estou tranquilo”, reafirmou o edil.

 

Palavra do presidente

 O presidente Marquinhos da Funerária (PSD) também comentou o caso das desaprovações de conta. “Se for olhar a risca, teve muita gente com complicações na campanha”, disse o vereador, pedindo ao Dr. Hélio Furukawa, juiz eleitoral de Itu, que olhasse a situação dos quatro com carinho e que aplicasse apenas uma multa.

“Eles foram eleitos pelo povo. A maioria votou neles. E eu não acho justo. Já tem gente fazendo cálculos, quem sai e quem entra, reviravolta… Eu jamais aceitaria isso na minha vida. Vocês foram eleitos pela vontade popular e têm que permanecer. E têm o meu apoio. Se precisarem, até o dia 31 de dezembro o Jurídico desta Casa aqui está à disposição de vocês para defendê-los da melhor forma possível”, comentou Marquinhos.