Desempregado é vítima de possível erro em sistema da Previdência Social em Itu
“Vivendo um pesadelo” é como resume sua atual situação o operador de guincho Carlos Alberto Zacarias. Demitido do emprego no início do mês de agosto deste ano, ele viu sua vida mudar radicalmente ao dar entrada no pedido de seguro desemprego.
Ao se dirigir ao Ministério do Trabalho, Carlos foi surpreendido. “Fui até lá no dia 7 de agosto e fui informado que não poderia dar entrada no seguro desemprego, pois estaria recebendo um auxílio doença previdenciário, com início na data de 28 de agosto de 2015 e com término em 21 de outubro deste ano, com um valor mensal de R$ 3.350”, conta.
O operador de guincho, no entanto, nega ter realizado qualquer solicitação de auxílio doença. “Como poderia ter feito esse pedido se na época estava trabalhando normalmente e nem passei por nenhuma perícia?”, questiona.
Diante do problema, ele se dirigiu até a agência da Previdência Social em Itu, onde um funcionário, ao consultar o sistema, verificou que uma pessoa de nome Márcio José de Morais, na cidade de Indaiatuba, estaria recebendo o valor do auxílio doença.
Esposa de Carlos, Adriana Camila Zacarias, também presente na agência, comenta a respostas dada pelo funcionário. “Ele disse que havia ocorrido um erro de números, nos entregando um formulário para ser preenchido, para que fosse cancelado o pagamento do auxílio, porém a situação ainda não foi resolvida”.
O casal, desde então, permanece em contato com advogados, tendo ainda procurado a Promotoria de Justiça, que encaminhou o processo para o Ministério Federal de Sorocaba. Enquanto isso, deve-se aguardar.
Porém, sem poder dar entrada no seguro desemprego por conta da situação, Carlos cita outras dificuldades. “Vou procurar emprego e na hora de conseguir a vaga, não me contratam, devido a esse problema. Há um processo em meu nome, mas sou vítima, estou sendo lesado. Estou realizando ‘bicos’ como operador, pois tenho contas para pagar”.
Vivenciando as dificuldades ao lado do marido, Adriana conta com a ajuda de familiares. “Preciso tomar remédios para pressão e todo mês, só com esses medicamentos, gastamos R$ 250. Além disso, temos dois filhos para sustentar, contas para pagar. Nossa família está ajudando como pode, mas é difícil. Só queria saber como uma pessoa que nunca passou pela perícia está recebendo um valor tão alto como esse, há mais de dois anos”, conta.
Previdência Social
A reportagem do “Periscópio” entrou em contato com a Previdência Social, levando a mesma os questionamentos do casal, porém até o fechamento desta edição não obteve uma resposta. (Daniel Nápoli)