Doação de órgãos marca a campanha Setembro Verde
A campanha Setembro Verde marca o mês da conscientização e incentivo para a doação de órgãos. Para este ano em nível nacional, a Secretaria da Saúde (Sesa) promove a campanha “Doe órgãos: uma atitude muda tudo”.
A ideia é promover debates com a população sobre a importância de declarar para a família a vontade de ser doador. Anualmente milhares de vidas são salvas por meio do ato de doação de órgãos.
O dia 27 de setembro é marcado como o Dia Nacional da Doação de Órgãos, pela Lei 15.463/2014. A campanha surgiu em 2015 e o mês foi escolhido pelo fato de ser o mês em que começa a primavera.
O Periscópio manteve contato com Hercules Ferrari Domingues da Silva, que passou por um transplante de fígado em 2021. Hercules lembra que “tive uma hepatite medicamentosa fulminante, devido a medicação que tomei para o Covid-19 e acabei sendo um dos cinco casos que aconteceram no Brasil”.
“Apesar do meu tratamento ter sido tudo com receita e acompanhamento médico, meu fígado reagiu mal a um dos medicamentos e acabei contraindo a hepatite. Fiquei seis meses em tratamento, entre 1 de janeiro e 22 de junho de 2021, quando fiz o transplante”, diz Hércules.
Primeiro foi tentado um tratamento clínico, na Unicamp, mas como o fígado de Hércules não reagiu, houve a necessidade mesmo do transplante. “Entrei na fila numa quinta-feira, e como meu caso era muito grave, já na segunda consegui ser operado. É um impacto muito forte você saber que vai para uma cirurgia desse porte”, lamentou.
Apesar de toda a situação mexer muito com o próprio Hércules, família e amigos, “em momento algum eu perdi a fé, deixei de acreditar ou reclamei da situação. Tive muito apoio da família e amigos, no trabalho, tudo enfim. Em momento algum me senti desamparado”, ressaltou.
Depois da operação, que foi um sucesso, Hércules lembra que teve um período muito difícil de adaptação. “Meu organismo estava muito debilitado e ainda fiquei um mês no hospital. Depois fui para casa e a reabilitação foi acontecendo”.
Hércules faz questão de afirmar que “eu sou doador, na família todo mundo é doador. Só que para ser doador, você não se inscreve em lugar nenhum. Apenas você tem que avisar a família, porque quem vai decidir sobre a doação é a família”.
Hércules afirma que vive muito bem, toma seus remédios, não faz uso de bebida alcoólica de forma alguma. “Se hoje estou bem, acredito que eu deva a três conceitos: cuidar da alimentação, atividade física e da religiosidade”, decreta.
Finalizando, Hércules, que neste domingo (08) comemora seus 61 anos de vida, garante que “sou um grande incentivador da doação de órgãos. Sempre que eu puder, vou falar sobre isso, da importância que tem. Se hoje eu estou aqui, se estou trabalhando, é porque uma família, em um determinado momento, resolveu fazer uma doação de órgãos”.
Doação em Itu
Em Itu, a Secretaria da Saúde informa que “o Hospital da Santa Casa conta com o trabalho da comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT). Havendo potencial doador com diagnóstico de morte encefálica, o CIHDOTT é notificado, seus respectivos membros discutem sobre a condução do caso e sinalizam a Organização de Procura de Órgãos – OPO a respeito”.
“As equipes da OPO, da CIHDOTT e a assistencial da Santa Casa de Itu realizam avaliação em conjunto. Caso não haja contraindicação para a doação de órgãos, a CIHDOTT realiza uma entrevista com a família do potencial doador. Com a autorização familiar, a cirurgia de captação dos órgãos e tecidos poderá ser feita”.
Após uma série de testes e exames, com o potencial receptor, “a equipe especializada de onde o órgão será levado vai até o Hospital da Santa Casa para a retirada dos órgãos. Então, os órgãos são transportados até os hospitais onde os transplantes serão realizados”.
A Secretaria informa ainda que na cidade, de janeiro a agosto de 2024 foram feitas quatro captações de órgãos efetivas no Hospital da Santa Casa de Itu.