Dra. Maria Lucia Caselli fala a respeito da prisão de Temer
Aconteceu na tarde da última quinta-feira a prisão, em São Paulo, do ex-presidente Michel Temer (MDB), bem como João Batista Lima Filho, conhecido como Coronel Lima, ambos envolvidos em suposto esquema de corrupção que desviou R$ 1,091 milhão em obras da usina de Angra 3.
A ordem de prisão foi expedida pela juíza Caroline Figueiredo, magistrada substituta na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, nas férias do juiz Marcelo Bretas. Ela autorizou Temer e Lima a se apresentarem na sede da Polícia Federal de São Paulo.
A reportagem do Periscópio procurou pessoas de Itu que têm laços de amizade com o ex-presidente para que dessem seu parecer sobre o assunto. Para a doutora Maria Lúcia Caselli, advogada e ex-vereadora, o tempo se encarregará de inocentar Temer.
“Estou muito aborrecida. Continuo acreditando que ele está sendo vítima de uma injustiça. Com o tempo tudo será esclarecido e verão que não é o que pensam. Às vezes a própria Justiça se equivoca”, afirmou.
A ligação entre Temer e Maria Lúcia, primeira mulher a ocupar uma cadeira no Legislativo ituano, se deve – em grande parte – à paixão comum que ambos possuem pela carreira jurídica. E foi na Faculdade de Direito de Itu (Faditu), onde o ex-presidente da República chegou a ocupar o cargo de diretor entre 1977 e 1980, que os dois reforçaram os laços profissionais e pessoais.
As relações do ex-presidente com Itu são ainda maiores. A Faditu, hoje, conta com um centro de memória com seu nome – inclusive ele se encontrou com Maria Lúcia durante a inauguração, em dezembro de 2018. O emedebista também já transformou Itu capital federal em 15 de novembro de 2017, quando esteve na cidade para a entrega do título de cidadania ituana a um amigo.
Na primeira vez que Temer foi preso, em março deste ano, um dos pedidos de habeas corpus protocolados na Justiça foi de autoria do Dr. Eduardo Silveira Arruda, advogado que foi aluno do ex-presidente quando este lecionava na Faditu. (Moura Nápoli)
Foto – Juca Ferreira
Michel Temer e Maria Lúcia Caselli durante inauguração do centro de memória na Faditu
Honestamente, com a desmoralização da classe política em alta, inúmeros casos de condenados e investigados, entre eles, políticos de alta estirpe, não creio na inocência de Temer. Tomara que eu “queime a língua”.
Infelizmente a classe política brasileira, na sua maioria, pois há exceções, não atua em prol dos brasileiros e sim de interesses de bancadas, de setores do serviço público e privado.
Percebe-se claramente, quando tiramos as vendas da ideologia partidária ou da opinião política dos nossos próprios olhos, que a superação do getulismo nas leis, administração pública e no próprio papel do Estado, está longe de se concretizar.
Ah, e o brasileiro precisa aprender a parar de torcer para político igual faz com time de futebol, pois isso afasta a razão, atenua a crítica e favorece a abertura dos portões para a corrupção.