Dumbo

Em determinado momento do filme, Dumbo entra no picadeiro do circo e é elevado por uma plataforma. Enquanto sobe, olha para a luz dos refletores, num misto de apreensão e encantamento. É assim que o espectador fica enquanto assiste à nova adaptação live-action de um clássico longa-metragem animado da Disney. Dumbo é magia pura, um tributo incrível ao desenho da década de 1940.

Lançado na última quinta-feira (28), o filme traz uma aventura familiar para encantar a todos. É impossível não se emocionar com a história do elefantinho atrapalhado com suas orelhas de abano, que só quer voltar ao colo de sua mãe. Esta nova versão, que nem pode ser considerada um remake por conta de suas diversas diferenças em relação ao original, sabe equilibrar a emoção e a diversão, e o resultado é um filme precioso.

Diferente de sua fonte, o novo Dumbo não conta com animais falantes. Agora, o foco narrativo sai dos bichos e vai para os seres humanos. Principalmente o núcleo formado por um domador sem um braço (Colin Farrell) e seus filhos e o dono do circo em que Dumbo nasce (vivido por Danny DeVito). Até a primeira metade, o filme acaba sendo uma nova filmagem do original, mas com uma pegada mais “realista”.

E haja aspas nisso. O diretor de Dumbo é nada mais, nada menos que Tim Burton. O cineasta sabe como ninguém lidar com o bizarro, com o esquisito. E nesse seu novo trabalho, consegue dosar suas peculiaridades com a magia que só a Disney consegue empregar em suas obras. Mesmo repleto de momentos emotivos, o longa provoca um encantamento único no espectador – assim como o pequeno Dumbo prestes a voar.

Ferrell e DeVito estão ótimos, assim como a bela e talentosa Eva Green no papel de uma acrobata francesa. Como antagonista, Dumbo apresenta Michael Keaton vivendo um empresário do ramo do entretenimento que quer levar o elefante para ser a nova atração de seu parque de diversões – o que acabou sendo uma crítica à própria Disney, que vem adquirindo tudo que pode (a compra mais recente foi a Fox). Keaton, porém, merecia mais tempo de tela.

Há de se destacar o capricho do design de produção da obra, sua trilha sonora e, claro, os efeitos especiais. O CGI usado para criar Dumbo é perfeito. O paquiderme, ao mesmo tempo que é fofo e real, provoca uma sensação de aberração tim burtoniana.

Mesmo com pequenas falhas de desenvolvimento de roteiro e personagem, Dumbo resgata a magia da obra original e a repagina para os novos tempos. Faz com que a gente volte a se encantar com o querido elefantinho e acreditar que somos mais fortes por conta de nossas diferenças. Vale o ingresso!

Nota: 4,5 estrelas