É Fada!

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Por André Roedel

Consagrada no YouTube (onde tem um canal com quase 10 milhões de seguidores), a atriz Kéfera Buchmann debuta nas telonas no filme É Fada!, comédia infanto-juvenil dirigida por Cris D’Amato que vem fazendo uma boa grana em bilheteria pelos cinemas Brasil afora. Conferi nesta semana e achei o longa-metragem até divertido, apesar da produção capenga e dos diversos momentos de vergonha alheia.

Escrever sobre um filme desses é complicado. Não por causa dos defeitos dele, mas porque ele não foi feito para o meu público. Ele foi claramente pensado para garotas de 14 a 16 anos, que vivem conflitos semelhantes dos da personagem Julia (vivida pela promissora Klara Castanho, que também faz sua estreia no cinema), como a baixa autoestima, os problemas na escola e os conflitos com os pais separados.

Sendo assim é óbvio que os fãs vão adorar o filme, independente do que eu escrever nas próximas linhas. É assim com qualquer obra, mas essa será defendida com mais afinco por se tratar do “filme da Kéfera” – a grande webcelebridade do momento. E a jovem atriz não vai de toda mal, não. Ela tem timing para o humor e aparenta ser bem versátil.

É Fada! é inspirado no livro “Uma Fada Veio Me Visitar”, da autora Thalita Rebouças. Conta a história da fada Geraldine (Kéfera), que perde as asas depois de falhar em mais uma missão e tem, como prova final, ajudar Julia. A fada passa então a auxiliar a garota na busca por popularidade na nova escola, repleta de “patricinhas” e “mauricinhos” – bem diferente da realidade dela, que mora no subúrbio do Rio de Janeiro.

Boa parte da crítica especializada tem detonado o filme. Eu não quero ser mais um a fazer isso, por isso seguem alguns conselhos: você que está lendo esse texto e tem mais de 16 anos, nem perca sem tempo indo ao cinema. É Fada! é para sua irmã adolescente. Ou para sua filha, neta… Para os meninos também, por que não? Enfim, é entretenimento raso para a garotada dessa geração.

Por isso, caso você por alguma razão ainda resolva ir ao cinema mesmo não se enquadrando nesse perfil, não espere por muita lógica. Não espere um roteiro bem costurado, atuações excelentes ou uma produção de alto nível. Espere, sim, por algo como os vídeos da Kéfera: com a linguagem dos jovens e sem muita profundidade.

Pra compensar o valor do ingresso, desligue temporariamente o seu pensamento crítico e ria um pouco de Kéfera tirando a varinha de um lugar nada convencional…