Educadores falam sobre a retomada obrigatória dos estudantes às aulas presenciais
Na última segunda-feira (18), por determinação do Governo do Estado de São Paulo, ocorreu a retomada obrigatória dos estudantes às aulas presenciais para as redes estadual. Com todos os protocolos sanitários sendo mantidos até o final deste mês, assim como o esquema de revezamento planejado por cada escola, de acordo com sua capacidade física.
A partir de 3 de novembro, novas mudanças passarão a ser implementadas, como a não obrigatoriedade do distanciamento de um metro e, por consequência, a descontinuidade do revezamento entre os alunos nas aulas presenciais. Ao todo, no estado, 97% dos profissionais da educação, estão com esquema vacinal completo e 90% dos adolescentes de 12 a 17 anos tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19.
Nesta semana, o Periscópio conversou com a dirigente de ensino e Itu, Josimarie Julio, que comentou sobre os primeiros dias da nova medida, que de acordo com ela foi “necessária e assertiva, não dava mais para continuarmos como estávamos dado ao enorme prejuízo causado na aprendizagem dos nossos estudantes”.
Josimarie destaque que embora a tecnologia tenha ajudada e muito durante a pandemia, por meio do ensino remoto, “ela é um complemento pedagógico. Essa pandemia nos deixou uma mensagem muito importante, nada, nenhum objeto ou tecnologia é capaz de substituir o papel primordial do professor. “
A dirigente reforça que “é fundamental para que o conhecimento se estabeleça e para que as competências socioemocionais se concretizem que o professor e o aluno estejam no ambiente escolar presencialmente.
Muitos alunos e até profissionais tiveram sequelas emocionais nessa pandemia devido ao distanciamento físico, é fundamental a interação presencial para uma saúde mental saudável.”
Josimarie reforça destacando que com relação a retomada as “equipes escolares já estão preparadas, cumprindo com todos os protocolos obrigatórios. Todas as escolas possuem equipamentos de proteção individual e estão abastecidas de máscaras, álcool gel, sabonete líquido, medidor de temperatura, toalha de papel, copos descartáveis.”
Apeoesp
A diretora estadual do Sindicato dos Professores da Rede Estadual de Ensino (Apeoesp) e coordenadora regional da subsede Salto, professora Rita Diniz é contra o retorno presencial total dos alunos.
De acordo com Rita, a Apeoesp é contrária, por “falta de estrutura das escolas e por falta de vacinação completa dos alunos. A entidade afirma que além de investir menos em educação em 2021 (em relação a 2020), o Estado não oferece estrutura adequada para que as escolas recebam os estudantes com segurança, principalmente os que ainda não completaram o ciclo vacinal – ou com os que estão se negando tomar as vacinas.”
Município
O JP esteve em contato também com aPrefeitura de Itu,para saber como a rede municipal se preparou para a retomada. À reportagem, o secretário municipal e Educação, Plínio Bernardi Junior explica que estão sendo tomadas “todas as medidas sanitárias cabíveis, como distanciamento das carteiras, ainda maior do que o indicado pelo Estado, uso obrigatório de máscaras e higienização com álcool em gel”.
Plínio destaca que a cidade de Itu “retomou as aulas presenciais desde maio deste ano, para os pais que voluntariamente optaram por enviar seus filhos às escolas da rede municipal. Hoje podemos comprovar que nossa decisão foi muito acertada e fez diferença na avaliação escolar dos estudantes, em relação aos outros municípios que aguardaram mais tempo para iniciar a retomada.”.
“Quando o Governo do Estado publicou o decreto, Itu já tinha 85% dos alunos em sala de aula e, aos poucos, estamos ponderando com os pais e responsáveis a volta de todos os estudantes. Nossa transição está transcorrendo de maneira tranquila, sempre buscando a sintonia entre os pais e educadores, visando a melhor e mais segura acolhida às crianças que se utilizam de nossa rede municipal de ensino”, acrescenta.
Opinião
A reportagem também falou com a pedagoga Janaina Landolpho, mãe de um menino que frequenta o maternal II e de uma menina do 2º ano do Ensino Fundamental I. Para ela, a decisão pelo retorno obrigatório foi acertada.
“Nada substitui o ensino presencial. O ensino híbrido na prática é bem complicado, além de não prender a atenção, pode causar perdas educacionais, inclusive no processo cognitivo. Experiência própria de quem é pedagoga, e tem dois filhos pequenos em casa.”, diz Janaina.
“Com a maioria da população vacinada, com todos os protocolos sanitários sendo aplicados, como o distanciamento de um metro entre os alunos, uso obrigatório de máscara e álcool em gel, me sinto mais segura em relação a retomada obrigatória das crianças. As escolas estão bem equipadas e preparadas”, conclui.