Em novo protesto, estudantes do EJA convocam outra audiência
Manifestação paralisou sessão por quase uma hora. Presidência se comprometeu a marcar nova reunião com secretário
Estudantes do EJA (educação de jovens e adultos) realizaram na noite da última segunda-feira (24), durante sessão ordinária da Câmara Municipal, uma nova manifestação protestando contra as mudanças na modalidade de ensino. O ato, que contou com menos participantes do que o anterior, chegou a paralisar os trabalhos legislativos por quase uma hora.
Os manifestantes mantiveram as mesmas reivindicações do primeiro ato. Para eles, as mudanças propostas se equiparam ao fechamento do EJA municipal, uma vez que ele será transferido para a educação estadual, provocando alterações nos horários das aulas e mudanças também para os professores de ensino médio, que não teriam onde lecionar na rede municipal.
Além disso, os manifestantes criticaram a reunião realizada no último dia 10 de abril, na Secretaria da Educação. Segundo eles, o horário da tarde dificultou a presença deles – apenas um aluno pôde comparecer. Sendo assim, em reunião realizada entre alguns vereadores e uma comissão de alunos, uma nova audiência com o secretário de educação Walmir Scaravelli e a Diretoria de Ensino foi marcada. O encontro ainda será agendado.
Comunicado
A Secretaria Municipal de Educação emitiu um comunicado oficial no último dia 17 de abril, afirmando que o EJA “não vai acabar”. “Ocorre que, de longa data, nosso município vem abraçando a responsabilidade do Estado e oferecendo o EJA em nível fundamental e médio, ocasionando, com isso, oneração aos cofres públicos municipais”, justifica o documento, informando ainda que Itu é a única cidade que oferece o EJA nos dois níveis.
De acordo com cronograma estabelecido, a Prefeitura ficará incumbida de oferecer apenas o EJA de ensino fundamental a partir do início de 2019. “Esclarecemos, no entanto, que esta reorganização entre Estado e município não causará nenhum prejuízo, seja nos serviços prestados aos alunos, tampouco ao quadro de professores da secretaria”, reforça.
Protesto político
Alguns vereadores qualificaram o protesto como político. “Todo protesto é válido, desde que organizado e desde que não tenha caráter político. E hoje eu vi que teve caráter político, sim”, alegou Thiago Gonçales (PR). Já Maria do Carmo Piunti (PSC) classificou o protesto como um tumulto. “Não há necessidade de tumulto, de apito e nem de cartazes para serem ouvidos quando você tem o direito”, declarou a vereadora, reclamando que a manifestação aviltou o direito dos demais cidadãos que compareceram à sessão. “Creio que o diálogo sempre é o melhor caminho”.