Escritor ituano Paulo Stucchi é semifinalista do 66º Prêmio Jabuti

Paulo Stucchi está na seleta lista dos semifinalistas na categoria Romance de Entretenimento com a obra “O homem da Patagônia” (Foto: Divulgação)

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) divulgou no dia 24 de novembro a lista dos 10 semifinalistas para cada categoria da 66ª edição do Prêmio Jabuti. Na terça-feira (05), serão revelados os cinco finalistas de cada categoria, enquanto os vencedores de todas as 22 categorias e o Livro do Ano serão conhecidos na cerimônia de premiação, marcada para o dia 19 de novembro, no Auditório Ibirapuera.

O jornalista e escritor Paulo Stucchi está na seleta lista dos semifinalistas na categoria Romance de Entretenimento com a obra “O homem da Patagônia”, publicada em 2023 pela editora Jangada. Em 2020, o autor havia sido finalista do prêmio na mesma categoria com o livro “A filha do Reich”, seu maior sucesso.

Em entrevista escrita ao JP, Stucchi fala sobre como foi a recepção pela indicação, suas inspirações para começar a escrever, a preparação para a FLIC (Festa Literária e Cultural de Itu, que teve edições em 2022 e 2023) e dá dicas para quem quer viver de livros no Brasil. Confira:

Como foi receber a notícia de mais uma obra chegando nas semifinais do Prêmio Jabuti? Qual a expectativa agora?

A surpresa quando aconteceu com “A filha do Reich” em 2020 foi maior. Agora, o que sinto mais é uma autocobrança… é como sentir que é possível, mas almejar passar para a etapa seguinte. 

O nazismo e a Segunda Guerra Mundial são temas muito presentes em suas obras. Quando você passou a se interessar pelo assunto e por que ele desperta tanta atenção dos leitores?

Desde garoto gosto muito de História, particularmente, os episódios da Guerra do Paraguai e a Segunda Grande Guerra. Li bastante como hobby sobre esses dois temas, e acho que, naturalmente, isso influenciou na ambientação dos livros mais recentes que publiquei. 

O que te fez se tornar um escritor? Algum livro em especial despertou sua paixão pela leitura e pela escrita?

Cresci numa família de leitores. Minhas tias liam muito. Acho que, como muitos de minha geração, tive contato com a leitura por meio da Coleção Vagalume. Acredito que tudo tenha começado ali. Quanto a escrever, eu era um menino muito tímido, possivelmente a escrita se tornou uma forma de me comunicar, uma válvula de escape. 

Já está trabalhando em um novo livro? O que você pode adiantar sobre ele?

Sim, já tenho contrato com a editora para publicação em 2025. Mas, dessa vez, não será sobre nazismo. Retorno ao romance de fundo histórico, mas ambientado numa história real sobre a inquisição no Brasil no século 18.

E como está a preparação para a próxima edição da FLIC?

Estamos pleiteando leis de incentivo para a realização. A princípio, ela está marcada para acontecer em abril de 2025.

Qual o panorama atual do mercado editorial, na sua avaliação? É possível viver da publicação de livros hoje no Brasil?

A Bienal do Livro de São Paulo provou que, sim, o brasileiro se interessa por leitura. Mas ainda estamos muito atrás de países da Europa, EUA e Japão. O leitor brasileiro lê, em média, 5 livros por ano. Quem lê mais do que isso, teoricamente está entre 1% da população. É muito pouco, infelizmente. 

Qual sua leitura mais recente? Quais autores brasileiros merecem atenção dos leitores atualmente?

Gosto muito da Socorro Acioli e do Sérgio Vaz. São autores brasileiros que leio e acompanho. Em relação às leituras, confesso que tenho lido poucos romances pela falta de tempo; mas, sempre que posso, me dedico aos novos títulos escandinavos e japoneses. 

Por fim, qual dica você deixa para quem quer publicar um livro?

Persistência. O mercado de publicação profissional, nas grandes editoras, é concorrido e existe de fato pouco espaço para a literatura nacional. Mas, por outro lado, existem as plataformas online, que têm feito surgir novos escritores de talento.