Escritora lança livro sobre história do Hospital do Pirapitingui
A escritora Katia Auvray realiza, nesta quinta-feira (21) às 19h30, o lançamento da segunda edição, atualizada e ampliada, de seu livro “Cidade dos esquecidos – a vida dos hansenianos num antigo leprosário do Brasil” (Mirarte, 2023). O evento, aberto ao público, acontecerá no Quintal d’O Cabideiro (Avenida D. Pedro II, 632 Centro, Salto) e contará com uma intervenção artística dos atores Julien Gaioto, Ingrid Pianucci e Joe Garcia, além de sessão de autógrafos.
Esgotado há anos, o livro-reportagem continua sendo procurado, como raridade, por leitores e pesquisadores de todo o Brasil em bibliotecas e livrarias de usados. De mesmo modo, a história do Asilo-Colônia de Pirapitingui, em Itu, e de seus antigos habitantes segue a mover pessoas, seja em nome de estudos científicos, da curiosidade ou da procura por reconstituir histórias familiares dilaceradas pela truculência de uma época.
O livro “Cidade dos esquecidos” apresenta o cotidiano dos portadores da hanseníase no interior de um asilo-colônia, bem como a evolução das políticas públicas sanitárias, especialmente no que se refere às doenças infectocontagiosas. Mais que isso, recompõe a saga dos acometidos pela hanseníase, desde o início do século 19, quando o padre Antônio Pacheco da Silva recolhia para sua Chácara da Piedade os leprosos que perambulavam pelas estradas de Itu.
Esta segunda edição devolve ao público o painel histórico-jornalístico construído por Katia Auvray após intensa pesquisa de campo. Todo o trabalho foi lastreado em documentos resgatados de dentro do hospital (alguns literalmente do lixo), com muitas fotos e com testemunhais obtidos dos internos por meio de uma convivência alcançada com três visitas por semana durante dois anos.
As pesquisas levaram à descoberta que dá título à obra. O antigo leprosário ou Hospital Francisco Ribeiro Arantes era uma cidade, com direito a espaços para a criação de animais, cassino, cinema, estação de rádio e até uma cadeia, e foi concebida assim para dar a impressão aos internados de que eles viviam em um mundo real.