Espaço Acadil: Apagão e Falta D’Água
Guilherme Del Campo
Cadeira nº 11 | Patrono Mario de Andrade
Quem não se lembra do nosso desespero ao verificar que não tínhamos água em nossas torneiras, crise agravada em 2014? Foram meses de estiagem e sofrimento e aqueles que tinham recursos compraram caixas d’água ou encomendaram caminhões pipa para abastecer suas residências, indústrias e comércio.
Em toda a crise hídrica, ajustar a demanda com racionamento e pela energia gerada nas hidrelétricas através do aumento das tarifas impostas aos consumidores é sempre esperado. As justificativas são muitas e a ameaça de um apagão energético é sempre no intuito de colocar os consumidores num estado de apreensão e culpa. Resultado de um governo míope e sem planejamento a em longo prazo, além da falta de investimentos.
O avanço das ocupações clandestinas próximas aos mananciais provoca redução do volume hídrico, desde as nascentes até maiores cursos d’água. Canalizam-se pequenos riachos e descarta-se o esgoto sem cuidado, poluindo as águas, que se tornam inservíveis.
As queimadas irresponsáveis destroem as matas ciliares que protegem as nossas nascentes. Quem não se lembra do criminoso aumento das queimadas na Amazônia e o avanço dos incêndios no Pantanal no ano passado? Quanto prejuízo poderia ter sido evitado sem comprometer o equilíbrio ecológico e o regime das chuvas. Isso continua!!!
Quanta massa verde foi destruída, quantas nascentes secaram, quantos animais silvestres morreram e isso representa uma perda irreparável, fruto da estupidez e ganância com o desmatamento das nossas florestas comprometendo o equilíbrio do clima, o regime das chuvas que acabam a vazão das hidroelétricas e a agricultura.
Mantido esse ritmo, os produtores rurais terão sua produção de grãos reduzida, com perdas enormes e prejuízo na exportação. Nossas cidades vão viver sem água e o governo assiste a isso passivamente, frente à ganância dos madeireiros e pouco ou nada se faz para preservar a maior floresta do planeta.
Esses aloprados invadem terras indígenas e reservas florestais, além do garimpo criminoso utilizando-se de mercúrio que destrói o meio ambiente, polui as águas, mata os animais silvestres, prejudicando os silvícolas. Pode-se dizer que há gente grossa envolvida nesse crime ambiental.
Contudo nos estados do sul e do sudeste tem-se observado uma enorme preocupação em reflorestamento através da iniciativa privada, prefeitura e escolas envolvendo seus alunos, num grande exemplo para as gerações futuras. Muitos mananciais e nascentes começaram a se restabelecer com o plantio de matas ciliares.
É necessária uma legislação rigorosa, com multas pesadas, além do sequestro dos bens desses infratores. Além da fiscalização permanente as leis deverão ser condizentes com os crimes e não morosas como se vê, admitindo uma infinidade de recursos que alongam os processos, até vê-los caducar.
Salvemos a Amazônia e as nossas florestas!