Espaço Acadil: Bernardo Campos, o grande cronista de Itu

Morrem os homens. É desejo de Deus que assim aconteça, entretanto enorme é a angústia pela nossa fraqueza e impotência diante dessa realidade.

Os escolhidos não morrem, eternizam-se. Assim ocorreu com Bernardo Campos, que sempre será lembrado por meio de seus escritos.

Foi também desejo de Deus que Bernardo viajasse para a vida eterna neste início de 2025, mas continua vivendo entre nós e ficará na memória e na saudade de sua esposa Flávia, em seus inúmeros descendentes, nos confrades e confreiras da ACADIL, nos amigos, nos seus leitores, nos ouvintes de suas palestras e nos admiradores em geral.

Esposo exemplar e dedicado; pai exigente no bom sentido da palavra, sempre preocupado com o destino e o caminho trilhado por seus descendentes.

Admirador extremo do colunista, editor e cronista Luiz de Campos Filho, seu pai, Bernardo teve uma trajetória semelhante à dele. 

Como cronista, deixou mais de 2000 crônicas e dois livros: Meio Século de Imprensa (Ottoni Editora, 2008) e Crônicas Esparsas (Letras do Pensamento, 2018), no qual, neste último, tive a subida honra de fazer o prefácio.

Com vocação sacerdotal, Bernardo foi sempre católico, praticante e convicto, e teve como estrela-guia Nossa Senhora do Carmo, sua fiel companheira em todos os momentos da vida. 

 Teve passagem pelos mais diferentes periódicos de Itu, em especial no jornal católico “A Federação”, dos poucos órgãos centenários na imprensa paulista.

Colunista de mão-cheia, Bernardo chega a ser brilhante em algumas matérias, mesmo nos mais diferentes gêneros. Abordava temas como Cidades, Civilidade, Copa do mundo, Cronistas, Devaneios, Dia a dia, Diletantismo, Espiritualidade, Eventos, Família, Idade e idosos, Itu, no tempo e no espaço, Brasil, Japão, Memória, Outrora, Política, povo e políticos, Reminiscências, Sonhos, quimeras e esperança, Contos de Natal e outros. São textos eivados de inter e transdisciplinaridade como se exigem hoje.

Sua obra, sempre publicada com critério e esmero, enriquece o arquivo e a biblioteca dos que estudam e defendem os valores inalienáveis da cultura ituana, paulista e brasileira.

Bernardo amou demais a vida, sua família, sua pátria, a cidade de Itu, ainda que tenha nascido em Capivari (SP); vibrava muito com as vitórias dos brasileiros e com os gols do seu time.

Em memória a Bernardo, transcrevo as profundas palavras escritas por Euclydes Marins e Dias no texto que publicou com o título de NHÔ LUIZ (referindo-se ao pai de Bernardo): “Não mais o veremos. Dorme, no seio da terra, o sono eterno dos que souberam honrar um nome e um lar, encaminhando, para a vida, nas trilhas honestas do dever, numerosa prole. (Euclydes Marins e Dias, sob pseudônimo de Humberto de Mattos, in A Voz de Itu, julho, 1954).

Roberto Melo Mesquita 
Cadeira Nº 33 | Patrono Capitão Bento Dias Pacheco

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