Espaço Acadil: Devemos prestar atenção e ouvir nossos filhos
Em artigo anterior procurei falar da necessidade de estarmos em constante contato com nossos filhos, ouvindo suas idéias em relação à Sociedade, ouvindo suas queixas e seus sonhos.
Hoje quero me aprofundar um pouco neste assunto, abordando, ainda, a questão de como falamos com eles e com as demais crianças e jovens.
A nossa vida agitada nos leva a um relacionamento agitado, também com outras pessoas. Este fato, porém, não nos dá o direito de gritar, de sermos grosseiros, “casca-grossa”, deselegantes.
Esta atitude, hoje generalizada, mostra o quanto somos primitivos, sem cultura e sem vontade de mudar. Mais do que isso, o quanto gostamos de bancar o (a) poderoso (a), blasfemando, gritando, atacando, não assumindo culpa alguma por nada.
Olhando este quadro devemos fazer a pergunta:
Como serão nossos filhos, nossos alunos, nossas crianças, nossos jovens, nossos profissionais, pais e mães de amanhã?
Há muito tempo li, em algum lugar, que a criança que é agredida, aprende a agredir; a criança que ouve gritos, aprende a gritar; a criança que vê agressões físicas aprende a agredir fisicamente; a criança que ouve fofocas, intrigas aprende a fazer o mesmo, e até aperfeiçoa.
Hoje tenho, como Pai, como Professor e como cidadão, plena consciência e a certeza de que a criança que aprende a ser boa, será boa; a criança que aprende a ser tolerante, será tolerante.
Isto que estou colocando aqui é parte de um estudo feito por mim e por outros pesquisadores, na área de aprendizado de Línguas, que prova o aumento constante da capacidade de uso do cérebro.
Este estudo tem mostrado que, através da visão, da audição, dos movimentos, da fala e da leitura, o Ser Humano é levado à ampliação da capacidade do uso do cérebro, transmitindo isso de pai para filho, de geração para geração.
Ora, não está aí o segredo para uma Educação melhor, para o mundo melhor que queremos para nossos pequenos e para nós mesmos?
Antes de encerrar este meu pensamento pretendo lembrar às autoridades constituídas – e àqueles que eram contra o meu trabalho quando “de menor” – que toda criança precisa aprender a trabalhar, seja em casa, arrumando seu quarto, varrendo, lavando copos e pratos, seja ajudando aos pais em suas profissões.
Ao ouvirmos nossas crianças e jovens, veremos que eles concordam com isso e detestam mães e pais que os querem inúteis.
Voltaremos ao assunto.
Poeta Sidarta Martins
Cadeira Nº 20 I Patrono Luiz Gonzaga Martins