Espaço Acadil: Escravidão
Durce Gonçalves Sanches
Cadeira nº 14 I Patrono Guilherme de Almeida
Ébano tangido pelo dorido chicote
Do feitor de oficio na simples valia
De um calvário sem tino e fim,
Ei-lo como objeto de um tal senhor,
Dono de seu corpo e até da alma,
Pois que a mágoa forja o ódio
Na senzala escura, mais que enegrecida
Pela dor de só migalhas receber
Das fartas mesas de um suserano qualquer…
Sequer ilumina esperança do candeeiro
Enferrujado pelo desuso e desamor.
Haja fé no Mouro Benedito e na Senhora do Rosário
E mesmo no Categeró, o Santo Antonio, co’a Ifigênia,
De par com Elesbão pra ainda novo quilombo,
No céu possa nova vida reviver.