Espaço Acadil: Esqueceu? Lembrou?
Ditinha Schanoski
Cadeira nº 19 I Patrono Dr. Benedito Motta Navarro
Ultimamente, as pessoas andam reclamando de memória fraca de alguns esquecimentos básicos.
Confesso que me lembro com certa facilidade das pessoas que conheci. Mas, não me recordo de onde e não me lembro do nome. É constrangedor quando isso me acontece.
Outro dia no mercado uma moça elegante se aproximou com o seu melhor sorriso. Meus neurônios estalaram. Sorri, para ganhar tempo.
– Sou sua prima. Esqueceu? Com cara de sem graça devolvi o sorriso muito chateada. Apoderei do mais recente truque e na sequência respondi:
– Claro que não a reconheci. Está mais magra… Mais jovem!
Tudo o que uma mulher gosta de ouvir e lá vem o sorriso de felicidade pelo elogio.
O pior é que, de fato, as pessoas mudam: fazem regimes, academia, plástica, tingem os cabelos, e por aí vai…
Isso não me deixa em melhor situação. Ando mesmo preocupada com os simples esquecimentos das coisas mais banais.
Engraçado às vezes é surpreendente: encontro alguém que não vejo há décadas. Imediatamente lembro-me de sua ficha completa. É, a memória anda péssima. Mas a amizade continua a mesma.
“A essência do bem viver é procurar sempre fazer as coisas com prazer”, li essa frase não me lembro onde.
Um dia destes fui procurar um médico. Ele de imediato me disse. Não se preocupe é normal para uma pessoa de 65 ou 70 anos esquecer coisas. Afinal, você não tem o cérebro de um jovem, seus neurônios já não funcionam tão bem.
E lá vem o doutor que me apresenta algumas caixas de ‘amostra grátis’ que são nada menos que vitaminas e dispara: “Não se preocupe a sua memória vai melhorar”.
OPS: Mas, o médico não me disse que os meus neurônios não funcionam tão bem por causa da idade? E como vai melhorar se o tempo passa tão rápido?
Pasmem: Eu não me sinto velha, apesar dos meus tantos anos, o meu corpo e a minha memória é que me lembram disso.
Esqueceu? Ah, que memória! Opa! Esqueci o final do texto!
Fica para outra vez…