Espaço Acadil: Felicidade
Guilherme Del Campo
Cadeira nº 11 | Patrono Mário de Andrade
Por que é difícil definir felicidade? Mais complicado é reconhecer se somos felizes ou não, visto estarmos incansavelmente em busca dela.
Como relacionar o fato de ser feliz com riqueza, bens e poderes em contraposição aos menos favorecidos? Será que obter independência econômica financeira, possuir casa própria livre de hipoteca, um veículo okm, plano de saúde, um casamento perfeito, nos levam a felicidade plena? Muitas perguntas e poucas respostas. Ao experimentar momentos felizes como ganhar na loteria, comprar a casa própria ou um desejado veículo, logo após a euforia, retornarmos ao estágio anterior. Isso é do ser humano.
Os comunistas afirmam que todos seriam felizes sob a ditadura do proletariado, já os capitalistas endossam que o livre mercado, o crescimento econômico e o consumismo nos fazem felizes.
O consumismo desenfreado está semeando uma futura catástrofe, visto o desequilíbrio ecológico e o esgotamento das reservas naturais (petróleo, minérios, água). Os desastres naturais afetam a humanidade, como uma resposta da natureza ao nosso comportamento predador, de ações irresponsáveis tendo como consequência o aquecimento global, série de incêndios pavorosos, tornados, alagamentos sem contar com a elevação do nível dos mares em todo o mundo.
Modernamente o conceito de felicidade está ligado ao bem-estar subjetivo. É algo que você sente dentro de si e que reside em nosso cérebro. Ou seja, há pessoas naturalmente felizes enquanto outras experimentam melancolia.
Popularmente diz-se que o dinheiro não traz felicidade, manda buscar. O que contribui para o desalento da população no pós-covid, está a falta de crescimento econômico, as elevadas taxas de desemprego, a geração nem-nem, o envelhecimento da população, a elevação do custo de vida obrigando grande parte da população habitar e dividir simultaneamente o mesmo imóvel com os idosos.
Pesquisas realizadas concluiu-se que os bem casados são teoricamente mais felizes que os solteiros ou divorciados. A verdade é que há pessoas que nascem com uma bioquímica alegre e por isso são mais felizes, não importa a sua condição econômica, o emprego, seu cônjuge, etc…
Confúcio enfatizou o dever, a cortesia, a sabedoria e a generosidade como elementos que permitiriam uma existência feliz. Já na filosofia budista a suprema felicidade só é obtida pela superação do desejo em todas as formas. Jesus Cristo defendeu o amor como o elemento fundamental para se atingir a felicidade. Maomé enfatizou a caridade e a esperança numa vida após a morte.
Diria que felicidade é um estado de espírito positivo, que eleva nossas boas ações, a caridade, o respeito ao próximo, longe dos preconceitos tolos e dos desejos materiais fora das nossas posses, que nada nos engrandecem.
Há uma frase popular de grande sabedoria que diz: Sou feliz com o que tenho e não dou a mínima para o que não possuo.