Espaço Acadil: Recado pro Jujiquinha
Durce Gonçalves Sanches
Cadeira 14 | Patrono: Guilherme de Almeida
Ah Jujiquinha adesculpe
O meu atrever. O importuno.
Mas tão grande é a Saudade de vancê
Que num posso deixá de alembrá
Tantas formosuras que pintô!
E Apertando o Lombilho da memória
Vem, no claro-escuro do fumero
A Cozinha Caipira que até o cheiro
Faz de lágrimas meus zóio moiá
Pra fazê meu coração se arrebentá!…
Mas qual num é tão triste
O Recado Difícil que quero dá…
Cada vez que zóio no espeio
Menos e menos quero zoiá…
E Mais um copo de fel
Vem à minha vida pra amargá…
É que eu queria ser a Noiva,
Toda de branco, só no branco, a lhe esperá.
Desculpe, a Amolação interrompida,
Continua seu Menino a pintá
Pois Violeiro bão e que se preza
Pega viola e alonga Estrada
e se manda sem pará.
Então lá, no Repouso da Leitura,
Mendiga de tantos sonhos,
Fico na soleira da esperança,
De um dia Jujiquinha, lhe encontrá.
Assinado: Nhá Chica
(No centenário da morte do pintor)