Espaço Acadil: Tempos Bicudos II
Guilherme Del Campo
Cadeira nº 11 I Patrono Guilherme de Almeida
É espantosa a capacidade dos nossos representantes legais, apresentarem projetos mirabolantes e incoerentes com a nossa realidade econômica e social, em apoio total à degradação do nosso governo atual.
Não bastasse o pouco caso com o sistema de saúde e vacinação da população por ocasião no início da pandemia do Covid-19, aliada as esdrúxulas recomendações de medicamentos considerados universalmente ineficazes, registra-se o descaso, entre outros perrengues, como na educação, ciência e cultura, fora as constantes ameaças ao nosso moderno e eficiente sistema eleitoral já comprovado e o ataque sistemático à democracia.
Isso sem contar com as elevadíssimas taxas de desemprego, o povo submetido à carestia até a fome, tendo que enfrentar uma inflação de dois dígitos. A elevação sistemática nos preços dos combustíveis acelera as dificuldades por qual passa a população brasileira. Como pode ser razoável você receber seus proventos em reais e pagar os combustíveis em dólares?
A pressão exercida sobre os preços do diesel, principalmente nos transportes, onera sistematicamente o custo de vida, ao inflacionar o valor dos alimentos e dos bens de consumo em geral. A inflação dos últimos doze meses, acumula-se em 12%, enquanto o reajuste do óleo diesel aditivado (S-10) foi de 52,50%. Pergunto: – a culpa é do Cabral?
O que dizer então das centenas de obras iniciadas e paralisadas entregues ao abandono com o enorme desperdício dos recursos públicos? E sobre os orçamentos secretos?
Entre outros absurdos, ouve-se a tentativa da regulamentação da educação domiciliar (homeschooling), aguardando o congresso aprovar e definir suas regras. Não basta os escândalos do MEC?
Os pais não podem garantir o ensino às crianças em domicílio, a partir da ausência do convívio e o desenvolvimento social dos alunos. As crianças precisam ser educadas por profissionais competentes, observando a idade cronológica deles. Adotar o ensino em casa significa, no mínimo, um equívoco monstruoso e em prejuízo das nossas crianças.
As escolas cumprem um processo importantíssimo, não só nos ensinamentos pedagógicos, como na aplicação das vacinas, inclusive no controle de abuso sexual domiciliar. Além disso, a maioria das escolas cumpre um importante recurso na alimentação dos menores carentes, conhecido por merenda escolar.
Como seria esse processo? As mães que trabalham fora para auxiliar na economia doméstica, teriam que deixar os empregos? Como educar os filhos se não há preparo adequado a essas mães em termos pedagógicos? Com essa medida teremos um aumento do número de analfabetos no país? E quanto ao ensino profissionalizante? E o preparo desses alunos para enfrentar um vestibular?
Como diria Jô Soares, “o gordo”: “Me tirem o tubo!”