Especial: o valor de uma verdadeira amizade
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Na sexta-feira (14) foi celebrado o Dia Internacional da Amizade. Para muitos, uma das melhores definições para amizade são as célebres frases: “Amizade é o amor que nunca morre” ou “Amigo é a família que nós escolhemos”. Para celebrar a data, o Periscópio conversou com algumas pessoas de Itu que fazem jus a essas frases e nutrem laços de amizade de décadas.
A tradicional barbearia Salão Central é cenário de grandes amizades. Desde 1972 integrante da barbearia, o barbeiro João Batista Prieto passou a trabalhar ao lado dos irmãos Salvador (falecido em 1986) e Raphael Guido (falecido em 2016).
Batista, de 88 anos, nutria grande amizade com os irmãos Guido e a amizade acabou sendo herdada pelo filho de Raphael, José Carlos Guido, de 67 anos. “Conheço o Batista antes mesmo de ele vir trabalhar no Salão Central. A gente era vizinho e eu era criança. Conheço ele desde 1963”. Mais conhecido como Carlinhos, ele destaca a amizade de mais de 60 anos. “Batista foi ao meu casamento e ao casamento de uma das minhas filhas. Batista sempre esteve nos momentos importantes. Batista é da família”.
Carlos Eduardo Cardeal Santoro, o popular Dado Santoro, também possui uma longa história de amizade com Batista e Carlinhos. “É muito gostoso. Vir aqui e conversar, a gente lembra da infância. Esse tipo de coisa hoje não tem mais. Hoje em dia ficou tudo muito impessoal”.
Falando especificamente sobre Batista, ele aponta. “Tudo o que a gente pergunta pra ele, ele sabe. Ele é a enciclopédia de Itu”, orgulha-se Dado, que, assim como Carlinhos, herdou a amizade do pai, o já falecido Duilio Santoro.
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Outro que herdou a amizade do pai é Francisco Jolkesky de Almeida, mais conhecido como Chico, filho do já falecido Francisco Flaviano de Almeida, o eterno Simplício. “É uma amizade de mais de 40 anos. Meu pai fazia a barba com ele e depois fui eu. Batista é um dos ‘últimos moicanos’ dos historiadores do século XX em Itu”, diz o amigo.
Emocionado, Batista fala sobre os três amigos. “Pra mim eles são tudo. São amizades bacanas, que a gente sabe que gostam da gente. São amizades que temos prazer em conversar. Faço questão que venham sempre aqui conversar. São amizades sinceras”.
O barbeiro também lembrou com saudade dos pais dos três amigos e recordou outros saudosos amigos, entre eles Sérgio Roberto Mazurchi, falecido em 2019. Além disso, falou também de outras tantas amizades que construiu ao longo da vida. “Meu muito obrigado a todos os amigos que passaram e passam por aqui”.
Irmãs de alma
Já imaginou conhecer uma amiga na pré-escola, seguir estudando com ela no Ensino Fundamental, voltar a estudar com ela na faculdade, ser madrinha de seu casamento e virar vizinha? Imaginou? Pois essa é a realidade das jornalistas Sarah Vasconcellos, de 38 anos, e Natália de Castro Mantovani, de 37 anos.
“Desde as minhas primeiras lembranças de infância, a Sarah está presente e lá se vão mais de 30 anos. Estudamos juntas no primeiro colégio. Seguimos a trajetória de estudos juntas, onde não podíamos nos sentar próximas, já que conversávamos um pouco demais. Nos anos que se seguiram, mudamos de colégio e nos reencontramos na graduação de Jornalismo na Faculdade Prudente de Moraes. Fizemos o TCC juntas, inclusive”, recorda.
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“Em nossas carreiras, os caminhos se cruzaram novamente, incluindo o Jornal Periscópio, tempo que relembramos com carinho. Em alguns períodos da vida, estivemos mais próximas, em outros, mais distantes, mas sempre torcendo pela felicidade da outra”, destaca Natália.
“Cada fase tem sua beleza e, olhando para trás, noto como é gratificante ter compartilhado isso com Sarah. Nesse caminho, vimos tanta vida começando e tanta gente partindo. Acertos, tropeços e mudanças. Não é fácil fazer verdadeiros amigos. Manter uma amizade é mais difícil ainda, aceitando suas próprias imperfeições e suas diferenças em relação ao outro. Eu agradeço a ela por nunca ter desistido de nós”, explica Natália.
“A amizade de Sarah representa, sobretudo, um testemunho de que Deus envia anjos sem asas que chamamos de amigos para nos acompanhar nessa viagem da vida”, declara-se a jornalista. Sarah também comenta sobre a amizade de mais de três décadas. “A vida não me deu irmãos de sangue, mas me deu uma amiga irmã e ela é a Natália. Nos conhecemos na pré-escola e desde então nossos caminhos se cruzaram em diferentes situações”.
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“Fizemos o ensino fundamental juntas e só nos distanciamos no colegial. Paralelo à escola, brincávamos juntas e assim, a amizade só foi crescendo. Algum tempo distante da escola e da vida, nos reencontramos na faculdade e no pasmem, no mesmo curso e mesma sala de aula. Escolhemos o jornalismo, sem uma saber da escolha da outra e isso com certeza foi um presente da vida”, relembra Sarah.
“No estágio, trabalhamos juntas novamente, experimentando o rádio e em seguida, o jornal impresso. Juntas fizemos história na redação do Periscópio. Na vida pessoal, ela é minha madrinha de casamento e tia amada dos meus filhos. Ela acaba de se casar e se mudou para a mesma rua que a minha e dias depois, me mudei também, desta vez para o mesmo quarteirão que o dela. Hoje também acumulamos o título de vizinhas”, comemora a jornalista.
“Nos falamos diariamente e acredito ser essa uma irmandade para a vida toda. Amo minha amiga em todos os quesitos, com destaque para o carinho com que lidamos com essa linda amizade, juntas em momentos de alegria e de tristeza, nos apoiando e festejando sempre que possível. Feliz dia da amizade, minha amiga irmã”, conclui Sarah.