Exposição em hospital de Itu traz à tona vida em isolamento de pessoas com hanseníase
Com o objetivo de trazer à tona a vivência de pessoas com hanseníase e promover reflexões, a exposição “A Cerejeira não é Rosa – vivência poética no Asilo-Colônia Pirapitingui” foi aberta ontem (28) no hall do Hospital Dr. Francisco R. Arantes, em Itu (Rodovia Waldomiro Corrêa de Camargo km 63, Bairro Vila Martins).
O projeto foi contemplado pelo ProAC (Programa de Ação Cultural) e é realizado pelo Governo do Estado de São Paulo; Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas; e Engenho Cultural. O apoio local é da Prefeitura de Itu e Secretaria Municipal de Cultura e do Patrimônio Histórico.
No dia 4 de dezembro, na Rua Santa Cruz, 660, Centro, às 14h30, acontece a Oficina de Fotografia “A Poesia do Olhar, que será ministrada por Flávio Torres, autor das fotografias que compõem a exposição. A atividade abrangerá a importância da fotografia no registro da memória, com o objetivo de instigar nos participantes os benefícios do ato de fotografar, de forma a promover as habilidades e provocar a sensibilidade. Com vinte vagas, a oficina é destinada a fotógrafos, estudantes e demais interessados.
Visitação
A mostra fica aberta à visitação até o dia 12 de janeiro de 2024, diariamente, das 9h às 17h. Reúne fotografias e vídeos captados por Flávio Torres com o intuito de fomentar o ensino, a cultura e a arte e combater o preconceito e o desconhecimento quanto a uma doença que ainda existe nos dias atuais. A curadoria é de Tânia Lima Barreiro, com pesquisa de Renata Gava, montagem de Esdras Casarini e expografia de Rodrigo Santos.
A exposição itinerante evidencia as experiências de pessoas que foram internadas compulsoriamente para tratar a hanseníase no antigo Asilo-Colônia Pirapitingui, que iniciou suas atividades em 1931 em Itu para tratamento da doença, vista com preconceito no período, o que fez com que fosse imposto isolamento aos doentes. No local em Itu, os pacientes geravam relações sociais entre si, motivadas, muitas vezes, pela perda de contato com os familiares.
Histórias marcantes
Na época, em que não havia tratamento e a forma de contágio era desconhecida, os doentes, chamados de “leprosos” eram alvo de repulsa e considerados pessoas “amaldiçoadas”. Uma vez contaminadas, muitas pessoas eram rejeitadas pelas famílias e acabavam deixando suas residências e sobrevivendo às custas de esmolas.
“A exposição vem para trazer à tona e relembrar pessoas que carregam consigo histórias marcantes que tocarão o público, por meio das artes visuais e em simbólicos reconhecimento e salvaguarda de contextos de vida tão marcantes, significativos e que não mais serão inviabilizados”, afirma a curadora Tânia Lima Barreiro.

