Fantoches do ódio
Daniel Nápoli
O mês de agosto está marcado no Brasil e no mundo por casos de intolerância. O racismo e a xenofobia são a “bola de vez”. Recentemente, no Rio de Janeiro, o refugiado Mohamed Ali, vendia esfilhas quando foi alvo de ataques por parte de um transeunte, que ali incentivou o ódio e até mesmo o linchamento do rapaz que trabalhava honestamente, tentando reconstruir sua vida.
O fato de Mohamed ser árabe não quer dizer que ele seja terrorista. Tal ato por parte do agressor, além de crime, é um completo atestado de ignorância. É o mesmo que nós brasileiros sermos execrados no exterior por conta de um grupo de políticos corruptos.
Outro caso relevante é o ocorrido no último sábado (19), em Charlotteviille, no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, onde James Fields, de 20 anos, atropelou 19 pessoas, matando Heather Heyer, uma mulher de 32 anos, durante uma manifestação em defesa dos direitos humanos. O agressor pertence a um grupo de supremacistas brancos e é um admirador confesso de Adolf Hitler, líder maior do nazismo.
Diante desses casos, fica fácil entender como pessoas como o atual presidente norte-americano Donald Trump e o próprio Hitler chegaram ao poder, pois foram alçados aos seus respectivos postos por meio de pessoas que pensavam exatamente como eles.
O problema é que casos de xenofobia, racismo e afins não estão apenas em outro estado ou outro país. Na cidade de Itu e região, casos com menos gravidade podem ser encontrados aos montes.
Ficando apenas em Itu, já ocorreu em número maior, mas ainda há aquele “estigma de forasteiro”, o qual a pessoa só é bem quista se nasceu na cidade ou se está instalada nela por um tempo considerável. O chamado “gente de quem?”. Outro ponto na cidade é o preconceito com determinados bairros. Existem pessoas honestas e desonestas em qualquer local.
Partindo para a região, embora esse caso fosse maior há 20, 30 anos, é o chamado “bairrismo”. “A minha cidade, minha gente, é melhor do que as das cidades vizinhas”. É louvável amar a terra onde você nasceu e foi criado, mas não é por isso que outras não tenham méritos. Não é crime admitir que outros municípios tenham algo superior ao seu. Você não está deixando de amar, de se orgulhar de sua cidade, por causa disso.
Acredito que, enquanto ficarmos com toda essa “picuinha” que nunca levou e não levará a lugar nenhum, os verdadeiros vilões é que agradecem, se perpetuando no poder à custa de pseudo-intelectuais.
Enquanto brigamos e matamos por nada, os “donos do teatro” seguirão com a corrupção, manipulando seus “fantoches”. As pessoas, independente de sua classe social, cor ou gênero, deveriam se unir contra a corrupção e contra a violência. Essa sim seria uma supremacia positiva: a do bem.