Filiados ao PL de Itu comentam ida do presidente Jair Bolsonaro para a sigla
O presidente Jair Bolsonaro se filiou na terça-feira (30/11) ao Partido Liberal (PL). O ato de assinatura da ficha de filiação foi realizado durante uma cerimônia promovida pela legenda. Eleito em 2018 pelo PSL, Bolsonaro deixou o partido em novembro de 2019 e não estava filiado a nenhum partido. A condição é necessária para a disputa das eleições de 2022.
Até o momento, a eventual candidatura do presidente à reeleição no ano que vem não foi oficializada. Durante o evento, Bolsonaro destacou que a cerimônia foi uma simples filiação ao partido e que não estava “lançando ninguém a cargo nenhum”.
“Estou me sentindo aqui em casa, dentro do Congresso Nacional, aquele plenário da Câmara dos Deputados, tendo em vista a quantidade enorme de parlamentares aqui presentes. Vocês me trazem lembranças agradáveis, lembranças de luta, de embate, mas, acima de tudo, momentos em que nós, juntos, fizemos pelo nosso país. Eu vim do meio de vocês. Fiquei 28 anos dentro da Câmara dos Deputados”, disse.
Com a ida de Bolsonaro ao PL, o JP questionou os cinco filiados ao partido com mandato em Itu: o prefeito Guilherme Gazzola, o vice-prefeito Luciano Ribeiro e os vereadores Thiago Gonçales, Célia Rocha e Dito Roque. Nesta matéria, confira as declarações de Gazzola e Ribeiro. Ferrenho crítico do presidente em suas redes sociais, Gazzola disse que a filiação “é uma notícia que não me surpreende quanto às composições políticas para o próximo pleito eleitoral. Já era algo esperado”.
“Entretanto, me entristece quanto à discrepância entre o que é praticado pelo governo federal e o que representa o PL. A minha leitura é a de que essa filiação não condiz com os princípios do partido e, assim como eu, creio que uma boa parcela de meus correligionários também enxerga desta forma”, afirmou o prefeito.
Questionado se apoiará os candidatos a governador do Estado (que pode ser o ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas) e ao Senado (possivelmente o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles) que a legenda escolher, Gazzola disse que “antes é necessária a definição dos representantes do PL para as disputas dos cargos mencionados”. O prefeito disse que pode permanecer na legenda, “inclusive para me posicionar contrariamente a Bolsonaro nas plenárias”.
O vice-prefeito Luciano vê como “natural” a ida de Bolsonaro ao PL, pois é obrigatória a filiação para concorrer às eleições. “É importante pontuar que presença do presidente do partido não impede de termos divergências de opiniões pessoais e políticas sobre determinados temas, como no caso do movimento dos trabalhadores, principalmente no aspecto sindical que são opostas ao presidente”, frisou Luciano, que é presidente do SECOM (Sindicato dos Comerciários).
“Como disse recentemente o nosso parceiro deputado federal Luiz Carlos Motta (PL), as ‘divergências têm de ser respeitadas, mas também discutidas. Encontrar caminhos para juntos construirmos um país melhor para os brasileiros é o desafio de todos nós’”, apontou Luciano.
Sobre apoiar candidatos do PL ao Governo e ao Senado, o vice-prefeito diz que “ainda é muito cedo para avaliar cenários políticos”. “É momento de trabalhar politicamente, como temos realizado diariamente, para buscar cada vez mais recursos para o município, promovendo assim o crescimento de toda a região. Politicamente, é importante a presença do presidente no PL neste período ‘pré-eleitoral’ para tentarmos acelerar projetos no âmbito estadual e federal, tendo a parceria também do deputado federal Luiz Carlos Motta”, declarou o político.
Luciano também afirmou que, inicialmente, não deve sair do partido. “É importante destacar que a presença do Bolsonaro no partido não interfere no nosso trabalho realizado diariamente próximo da comunidade. Desde quando ingressamos na política sempre prezamos por esse contato com as pessoas para buscar soluções às necessidades, e seguiremos desta forma”, declarou.