Fim de ano: trabalhando durante as festas
Para que muitas pessoas desfrutem das festas de final de ano tranquilas e seguras ao lado de seus familiares e amigos, outras precisam trabalhar. O Periscópio esteve em contato com três moradores de Itu, de diferentes segmentos, que conversaram com a reportagem como é passar o Natal ou o Ano Novo trabalhando longe de suas famílias.
Marcelo Sampaio é controlador de acesso de um condomínio e relata. “Trabalhar numa data festiva como Natal e Ano Novo acaba sendo um dia como qualquer outro. Claro que há o desejo de estar em casa, reunido com família e amigos, mas escolhemos essa profissão e ao tomar essa decisão já sabíamos que para nós um domingo e feriados seriam como dias qualquer”. Marcelo que trabalhou no Dia de Natal das 6h às 18h, é casado com uma profissional da área da saúde (Alessandra Sampaio), que também muitas vezes precisou deixar aconchego do lar para passar as festas de final de ano, exercendo sua profissão, assim como neste 2020 (atuou no Natal e trabalhará no dia 1º de janeiro).
“Assim como centenas e centenas de profissionais que também escolheram essa profissão, tem o dom de lidar com vidas e sem dúvida acaba sendo um serviço extremamente essencial, então em datas especiais também acaba sendo um dia como qualquer outro”, acrescenta Sampaio.
Falando na área da saúde, a enfermeira Stefanny Bourguignon, que atua na cidade de Porto Feliz, também passou o Natal 2020 trabalhando e já passou o Ano Novo longe de casa, atuando em hospital. “É preciso entender que os deveres devem ser cumpridos e enquanto uma parte da família festeja, lá estamos nós exercendo a nossa função”.
“Quando escolhemos cuidar das pessoas, abrimos mão de muitas coisas”, acrescenta Stefanny, que em 2020, por conta da pandemia de Covid-19, viveu e ainda vive um grande desafio. “O hospital está lotado e muitas pessoas ali lutando para viver, onde poderia estar com suas famílias. Normalmente, antes da pandemia, o hospital costumava estar vazio, com poucos pacientes”, relata.
A enfermeira aproveita para reforçar a necessidade de se cuidar em relação à Covid-19. “A doença existe, ela mata, se não quiserem se proteger por nós que estamos na linha de frente, faça por você e por sua família. Nós também temos família, e somos o amor de alguém, que nos espera em casa, e também temos que protegê-los”, desabafa.
Delegado de Polícia Civil, Dr. José Moreira Barbosa Netto há 45 anos atua na área da segurança (já atuou também como carcereiro e escrivão). No Réveillon, a autoridade não irá trabalhar, porém atuou na véspera de Natal e também no dia 25 de dezembro, no Plantão Policial.
“Para mim, trabalhar no Natal foi normal, porque em minha carreira eu trabalhei muito no Natal e no Ano Novo, então não teve importância. Eu tenho em mente que enquanto eu trabalho, os colegas estão de folga e isso é o que vale”, comenta o delegado. “Acho normal isso daí. Algumas pessoas acham que é complicado, eu não acho. Para mim é uma tarefa, uma missão que eu tenho que cumprir”, conclui Dr. Moreira.