Fogos: o eterno problema para quem tem animal de estimação

Por Moura Nápoli

Sérgio Castanheira é médico veterinário e vereador Foto: Moura Nápoli

O problema não é apenas em Itu, mas em todas as cidades brasileiras. Na passagem de ano, os fogos de artifício inevitavelmente ganham o céu, para a alegria de muitos e o desespero de tantos outros.

São aproximadamente 15, 20 minutos de brilho e muito barulho, marcando a chegada do Ano Novo, quando as pessoas se confraternizam e renovam suas esperanças. Para quem tem gatos e principalmente cachorros, é um período de preocupação, pois os fogos chegam a causar até, em alguns casos, pânico entre os animais.

O veterinário e vereador Sérgio Castanheira (PSD) é autor da Lei nº 1883, de 19 de abril de 2017, que “dispõe sobre a proibição da queima, soltura e manuseio de Fogos de Artifício e artefatos pirotécnicos que causem poluição sonora, acima de 65 decibéis no município de Itu e dá outras providências”.

Na prática, isso quer dizer que é proibido soltar fogos, principalmente nesta época. “Eu fiz a Lei – diz Castanheira – agora fica com o poder Executivo colocá-la em prática”. O vereador diz que notificou todos os condomínios da cidade e já obteve bons retornos. “O Campos de Santo Antonio passou circular alertando a existência da Lei. Já o Santa Inês até adquiriu equipamento para fiscalizar a poluição sonora”, comemorou.

Castanheira diz que “é até bonito os fogos de artifício. Produzem um visual lindo. O que incomoda e não pode é o barulho, principalmente vindos do rojão e dos chamados morteiros”. Ele alerta que o cidadão que se sentir incomodado pode acionar a GCM ou a PM. “É Lei, se chamar a PM eles terão de atender”, enfatiza. O problema, na verdade, não atinge só cães, gatos passarinhos e outros animais. “Bebês, idosos e pessoas autistas, por exemplo, são vítimas desse barulho. Se um autista entrar em surto, por exemplo, só um médico poderá socorrê-lo”, afirma.

Na Lei de Sérgio Castanheira há algumas exceções como, por exemplo, fogos no Estouro do Judas e em festas como da Candelária, Santa Rita e Nossa Senhora Aparecida. “No caso do Judas, por exemplo, há todo um aparato de segurança”. O vereador alerta para a própria segurança de quem manuseia os fogos sem as devidas condições de segurança. “Já vi casos de pessoas cujo rojão estoura na mão e perderam os dedos”.

Portanto, nesta passagem de ano, a população deve festejar, confraternizar, mas evitando soltar fogos – pelo menos rojões e morteiros – não apenas para não perturbar inocentes como bebês, idosos e doentes e animais como em nome da própria integridade física.

Confira dicas para acalmar o pet durante o Ano Novo:

>>> Se vai ficar com o seu pet: Coloque-o dentro de casa, feche a casa e fique junto dele no momento da passagem, com as luzes ligadas e a TV ou som alto ligado. Ofereça comida até quatro horas antes da passagem, depois só água até o animal se acalmar depois dos fogos. Procure entreter o animal e não tente acalmá-lo, aja naturalmente,

>>> Se não for ficar com o seu pet: Deixe seu animal dentro de casa, de preferência em seu quarto ou local que tenha seu cheiro, e não ofereça riscos de tentativas de fuga. Deixe uma TV ligada com som alto, luzes acesas. Volte para casa o mais rápido possível.

Um comentário em “Fogos: o eterno problema para quem tem animal de estimação

  • 01/01/2020 em 11:45
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    O problema em Itu, assim com em outras cidades, não se resume a falta de educação ambiental, questão de quem ainda solta fogos, com ruído. Outro mais grave ocorre silenciosamente que é o abandono de animais em vias públicas, tantas vezes já denunciada. No natal outro animal foi solto nas proximidades de casa, deixado amarrado, num poste de luz.
    Enquanto os senhores vereadores apresentam monções e mais monções, algo útil como a proteção dos animais posse responsável, precisa ser implantada em Itu.
    Aquele cheque que devolveram para o executivo, deveria SER REVERTIDO EM FAVOR DO CENTRO DE ZOONOSES para ampliar o programa de castração pró-ativa, EM QUE OS AGENTES SAEM PELOS BAIRROS identificando necessidades de castração DE ALGUNS donos, OMISSOS.
    As vezes fico pensando: Existe castigo maior na reencarnação do que voltar como PET de gente assim?
    No dia a dia nos deparamos com cada casos, principalmente alí na fila do zoonoses, onde os animais se mostram mais humanos do que alguns donos que os trazem amarrados em cordas improvisadas, tão fragilizados. As vezes a doença do animal é falta de carinho, banho e local adequado para descansar e viver, mas o dono não tem a mínima capacidade cognitiva de observar a necessidade.
    Todos os carnês de IPTU deveriam trazer uma folha extra convidando o morador a doar um valor para o centro de ZOONOSES voluntariamente para uso em programa de castração.
    Não compre animais em hipótese alguma. Comprando você alimenta uma rede comercial e reduz a chances de adotação. CASTRE…CASTRE….CASTRE….CASTRE…CUIDE e nunca abandone…nunca….

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