Frio perderá intensidade lentamente
A onda de frio que recaiu sobre as regiões Sul e Sudeste do país pegou todos de surpresa. Em Itu, os termômetros chegaram a registrar 4º C, com sensação térmica ainda mais baixa. Mas essa massa de ar frio polar que provocou a queda acentuada das temperaturas não é a mais severa de todos os tempos, ao contrário do que muitos chegam a pensar, segundo Celso Vernizzi, “O Homem do Tempo”, jornalista especializado em meteorologia desde 1970.
“Ela é uma massa de ar atípica pelo seu posicionamento e dimensão, mas não pela intensidade. A formação de um ciclone subtropical na costa do Rio Grande do Sul, que se transformou em tempestade no oceano, colaborou com a manutenção do ar polar sobre o continente e determinou ventos que chegaram a mais de 100 km/h no litoral daquele estado. Esses ventos em rajadas muito fortes invadiram todo o centro sul do país, agravando a sensibilidade ao frio”, afirma o jornalista, que participa diariamente com a previsão do tempo na Rádio Cidade FM, durante o jornal Hora H, das 18h às 19h.
Segundo o Inmet – Instituto Nacional de Meteorologia, pelo que existe de registros históricos, essa onda de frio não é a maior dos últimos 100 anos no Brasil, como de -11,6°C, em Xanxerê/SC no ano de 1945; de -10°C, em Palmas/PR em 1933; e de -9,8°C, em Valões/SC no ano de 1947. Os anos de 2000, 2007, 2009 e 2011 também tiveram temperaturas mínimas expressivas no país.
“Em Itu, as mínimas variaram na semana entre 5º a 7º C, na quarta e na quinta-feira, bem distante da temperatura mais baixa registrada na cidade, de 1º C no começo da manhã do dia 28 de junho de 2011. Frio intenso é atípico em maio, no outono. Uma situação semelhante de frio, mas de menor intensidade, ocorreu em 1990”, aponta Vernizi.
De acordo com ele, o frio perde intensidade lentamente nos próximos dias e as tardes serão mais confortáveis com o aquecimento do sol. “Porém os ituanos ainda terão de usar agasalhos e cobertores durante as noites, madrugadas e começo do amanhecer”, orienta o jornalista.
Abrigo
Devido às baixas temperaturas, um acolhimento emergencial para as pessoas em situação de rua está disponível em Itu desde quarta-feira (18), através do trabalho da equipe da Secretaria Municipal de Promoção e Desenvolvimento Social, em equipamento instalado na esquina entre a Rua do Patrocínio e a Rua 21 de Abril.
O acolhimento recebe pessoas maiores de 18 anos no período das 18h até às 7h do dia seguinte. Ali, as pessoas em situação de rua receberão alimentação, poderão realizar a higiene pessoal e passar a noite.
Na manhã seguinte, o interessado poderá se dirigir ao Centro Pop (Rua Goiás, 180, Bairro Brasil), onde são servidos café da manhã, almoço e lanche da tarde. Ali as pessoas também podem fazer a higiene pessoal e lavar suas roupas. O Centro Pop também conta com um médico que, quinzenalmente, faz consulta, acompanhamento e encaminhamento para a rede de serviço.
As pessoas que se interessarem em doar cobertores, agasalhos e sapatos em bom estado para contribuir com os assistidos em situação de rua devem procurar o Funssol, que fará o repasse à Promoção Social. A Secretaria Municipal de Promoção e Desenvolvimento Social solicita as doações não sejam levadas diretamente ao acolhimento.
A Defesa Civil Municipal permanece atenta e realizará rondas diurnas e noturnas para orientar as pessoas em situação de rua sobre o acolhimento emergencial. Lembrando que a pessoa em situação de rua possui liberdade para decidir aceitar ser encaminhada ao acolhimento. Além disso, a Defesa Civil reforça que a deve estar atenta para adotar as medidas de autoproteção devido à queda abrupta de temperatura que intensifica a sensação de frio. Atenção especial deve ser despedida aos idosos e crianças.
Cuidados com a saúde
O médico Dr. Carlos Alberto de Oliveira Filho (CRM/BA: 36338) comenta que, nos períodos mais frios, os internamentos hospitalares tendem a se intensificar. Isso ocorre devido variados fatores como a menor dispersão dos poluentes no ar, o próprio frio, e a aproximação física das pessoas.
“Seu principal fator relevante é que carrega consigo fatores como exacerbação de doenças virais e possíveis episódios de hipotermia. O ‘combo’ de frio, poluição e baixa umidade (característica da nossa região em épocas frias) tende a aumentar o processo de evolução de doenças respiratórias, desencadeamento uma reação em ‘dominó’, conjugando variados acometimentos à saúde”, informa o médico.
O medico frisa que a relação com o frio também se estabelece a partir do viés de cada população vista, na qual a população mais carente tende a desenvolver mais doenças ou até mesmo a morte. “Portanto, em temporadas mais frias, convém intensificar o cuidado à qualidade de vida, como uma boa alimentação, um bom aquecimento e boas escolhas! Ao caso de adoecimento, procure seu médico para melhor seguimento das condições clínicas e orientações”, pontua.