Greve Geral: manifestação contra reformas do governo acontece também em Itu

Ato teve concentração em frente ao estádio municipal e terminou no Centro, com passeata. Cerca de 200 pessoas participaram

Fotos – Daniel Nápoli/André Roedel

A sexta-feira (28) foi marcada por protestos em todo país. Denominado “Greve Geral”, o ato que se espalhou pelo Brasil contra as reformas propostas pelo governo Michel Temer (PMDB) contou com participação de cerca de 200 pessoas, com concentração no Estádio Municipal “Novelli Júnior”. No local, líderes sindicais mostraram aos trabalhadores os prejuízos que as mudanças deverão causar.

Questionado sobre o impacto das reformas trabalhistas (um dos pontos que levaram ao protesto) na vida do trabalhador do comércio, o presidente do Sindicato dos Comerciários (Secom) e vereador Luciano Ribeiro (PTB) foi categórico. “Ela atrapalha o trabalhador como um todo. Quando a gente fala em direito do trabalho, a gente fala na coletividade”, disse.

Luciano destacou também os problemas que a terceirização – aprovada pelo Congresso e já em vigor – pode trazer. “A gente já recebeu denúncia no sindicato que tem empresa oferecendo mão de obra para vendedor, para caixa de supermercado, oferecendo R$ 400, R$ 500 de salário para essas pessoas”, destacou o sindicalista, reforçando que as medidas irão precarizar as relações trabalhistas no país.

 

Pouca adesão

Dorival Jesus do Nascimento Júnior, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itu e região, falou a respeito da baixa adesão ao protesto em Itu. “Até segunda-feira, a gente contava com um público de mais de 4 mil pessoas. Mas para isso dar certo, os ônibus teriam que participar do ato, porque com as empresas a gente tinha conversado e estava caminhando bem. Aí,na terça-feira, os ônibus não estavam autorizados a participar”, explicou.

 

Carta ao Legislativo

Das imediações do “Novelli Júnior”, os manifestantes foram até o Centro, promovendo algumas paradas, entre elas em frente à Câmara de Vereadores, onde o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos entregou ao presidente do Legislativo José Galvão (DEM) um documento no qual os 12 sindicatos participantes do ato demonstravam e explicavam sua insatisfação com as reformas da previdência e trabalhistas, solicitando assinaturas dos edis com a intenção de encaminhá-las ao Senado.

Na oportunidade, Galvão, que estava acompanhado dos vereadores Luciano Ribeiro (PTB), Mané da Saúde (PRB) e Dito Roque (PTN), comentou sobre a importância da manifestação e reforçou o compromisso da Câmara com a população. “Na próxima sessão, que será realizada no dia 3 de maio, iremos aprovar e encaminhar uma carta aos deputados e senadores de nossa base, para que este documento vá até o Congresso Nacional. O Legislativo ituano está sensível aos prejuízos e às demandas da classe trabalhadora”.

Aos gritos de  “Fora Temer”, os manifestantes deixaram a Câmara e se dirigiram até o prédio onde funciona a agência da Previdência Social, que se encontrava fechado, onde o vereador Luciano Ribeiro, Mônica Seixas (candidata a prefeita pelo PSOL ano passado) e o professor Anderson Silva (presidente do PT em Itu) comentaram sobre a importância do ato e da necessidade de se manter na luta por seus direitos, encerrando a manifestação no Largo da Matriz.

 

Na região

As cidades da região também registraram protestos. Em Sorocaba, os atos foram maiores. No principal, na região central, cerca de 3 mil pessoas participaram da manifestação, segundo os sindicalistas. Os ônibus não circularam, e agências bancárias e comércio do Centro fecharam suas portas. Na madrugada em Salto, houve bloqueio com pneus em chamas em uma estrada. Na cidade vizinha os ônibus da empresa responsável pelo transporte público municipal iniciaram o dia sem operar, retornando aos poucos ainda pela manhã.