Guerra: ituana viveu experiência única em Israel

Rita e Vicente no Mar da Galileia. Uma viagem inesquecível (Arquivo Pessoal)

Dentre tantos brasileiros que foram surpreendidos em Israel, quando teve início a guerra, em 07 de outubro, havia um grupo reunindo pessoas de Itu e Salto. Dentre eles, o Periscópio manteve contato com Rita Caetano, 65 anos, que estava com o esposo Vicente Caetano, 69anos e mais amigos ligados a Paróquia São Benedito, de Salto. No grupo de 20 pessoas havia amigos também de Salesópolis e São José do Rio Pardo.

“Nós estávamos fazendo uma peregrinação religiosa à Jerusalém e no dia 07 de outubro, nós estávamos hospedados em Belém e íamos fazer um passeio, mas quando o ônibus chegou na fronteira ela foi fechada, bem na hora que íamos entrar”, recorda. “O pessoal naquele momento não entendeu bem o que estava acontecendo e acabou retornando ao hotel. Rita agora, com calma, entende que “nós fomos protegidos por Deus e não entramos em Jerusalém, onde estavam caindo os mísseis, onde ocorria o início da guerra”.

Ela destaca que “com a gente estava tudo bem, graças à Deus. Depois ficamos ainda por lá uns dois dias e esperamos pelo nosso voo de volta, que seria no dia 11, mas ele [o voo] foi cancelado e acabamos voltando pra Galileia, em um lugar onde há um seminário, e ficamos lá aguardando mais dois dias o chamado dos aviões da FAB”.

Serena, Rita diz que “ficamos muito bem, graças à Deus, sentimos a presença de Deus conosco. No dia 12 fomos chamados para voltar. Então fomos até Jerusalém para pegar o ônibus do exército, que nos levou até o aeroporto de Tel Aviv e fomos sempre muito bem cuidados, sob todas as normas de proteção”.

O grupo ficou no aeroporto das 10h da manhã até as 18h (horário local), quando finalmente pode embarcar. Chegamos aqui [no Brasil] no sábado (14) às 3h da manhã (horário de Brasília), no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro”.

Com as palavras serenas e de confiança de Rita, a pergunta que fica é a seguinte: sendo essa experiência única em sua vida, em nenhum momento você ou seu marido não se desesperaram?

“Realmente foi uma experiência única. Deus nos permitiu essa viagem e todos esses acontecimentos. Por incrível que pareça eu não senti medo. Eu, meu marido e o pessoal do grupo, sentimo-nos seguros, em paz, nas mãos de Deus. Sabíamos que o Senhor nos levou e Ele nos traria de volta”, enfatizou.

Rita disse ainda que “no dia em que nosso voo foi cancelado, nós ficamos um pouco apreensivos, mas aqui no Brasil, as imagens chegavam bem fortes. Então nossas famílias, os amigos ficaram muito preocupados com a gente, pois não sabiam o que realmente estava acontecendo. Mas estávamos bem”.

Concluindo, Rita disse que “no dia 12 de outubro, Dia de Nossa Senhora Aparecida, fomos agraciados com a notícia de que seríamos repatriados. Foi uma alegria muito grande e voltamos em paz. Hoje só temos a agradecer por tudo aquilo que vimos, ouvimos e vivemos e seguimos rezando pelas vítimas da guerra”.