Humanização do tratamento do câncer
Confira no texto da enfermeira Camila Oliva Zanotto Alfieri, da OncoItu, a importância de cuidados humanizados para os pacientes desta terrível doença
Receber o diagnóstico de um câncer é sempre um momento de tristeza e sofrimento para aquele que está doente, assim como para a família e amigos queridos. E essa tristeza muitas vezes gera um sentimento de impotência, onde ninguém parece compreender a dimensão do seu sofrer. E é bem nessa hora que os pacientes mais necessitam não só dos cuidados técnicos, mas também do cuidar humanizado.
Em um mundo onde o cuidar tornou-se mecanizado e fragmentado, e o foco é mais na doença do que nas pessoas, tanto os que cuidam como os que recebem cuidado parecem ter esquecido da importância e do valor do comportamento humanizado espontâneo, onde a pessoa é um valor em si, que merece respeito e atenção.
É necessário que façamos uma revisão das práticas clínicas, com ênfase na criação de melhores equipes de trabalho, valorizando a dignidade de sua profissão e do paciente, em todas as etapas do processo, fornecendo um tratamento individualizado frente às necessidades de cada um. Isso é humanizar a assistência, nos colocar no lugar do paciente e enxergá-lo como um ser com necessidades biológicas, psicológicas e sociais diferentes, e entender que, apesar de estar rodeado de toda a tecnologia disponível para seu tratamento, ele está em um local estranho, sendo cuidado por pessoas estranhas, perdendo sua intimidade e muitas vezes com dor.
A humanização visa justamente trazer o máximo de conforto e cuidado para o paciente, como pessoa. É assim que fazemos oncologia com amor, lembrando sempre que o nosso paciente não é só o paciente, ele é o amor de alguém e precisa ser cuidado com muito amor.
Enfª Camila Oliva Zanotto Alfieri
Coren: 209641
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“A humanização visa justamente trazer o máximo de conforto e cuidado para o paciente, como pessoa”
Camila Oliva Zanotto Alfieri
Importância da humanização
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o impacto do câncer pelo mundo dobrou em 30 anos, com estimativa para o ano de 2030 de 27 milhões de casos incidentes, 17 milhões de óbitos em decorrência da doença e 75 milhões de pessoas vivas com a enfermidade. Por tudo isso, cuidar dos pacientes de forma humanizada se torna mais do que essencial.
São diversas as formas de se humanizar o atendimento. Segundo artigo publicado por acadêmicos na Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento de dezembro de 2017, a busca por um atendimento humanizado teve origem entre os próprios profissionais da saúde, sendo que algumas áreas tomaram iniciativas de forma pioneira e inovadora.
Iniciativas como instalação de brinquedotecas nos hospitais para os pacientes infantis, os “Doutores da Alegria” e muitas outras aliviam o sofrimento que a doença traz e, ainda segundo os acadêmicos, “permite criar uma relação mais próxima e global da equipe multiprofissional com o paciente, encontrando soluções para problemas que impactam negativamente na qualidade de vida”.
Combate ao Câncer de Ovário
No último dia 8 de maio, foi celebrado o Dia Mundial do Câncer de Ovário, para alertar as mulheres sobre sintomas, tratamento e prevenção. Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), para o ano de 2018 são esperados 6.150 novos casos de câncer de ovário. Esse número corresponde a 3% do total de neoplasias estimadas em mulheres.
Considerado o mais grave câncer ginecológico, a doença tem maior incidência após os 50 anos de idade e o diagnóstico precoce ainda permanece um desafio. Os sintomas são vagos e mal definidos e, ainda na fase inicial, podem não se mostrar presentes.
Embora o câncer de ovário seja difícil de ser prevenido, existem comportamentos que podem retardar a doença. De acordo com o Hospital de Amor (antigo Hospital do Câncer de Barretos), o uso da pílula anticoncepcional por, no mínimo, cinco anos, pode reduzir o risco de câncer de ovário entre 30% e 60%, assim como ter gestações e amamentar.