Ilustradora transmite conforto através de suas artes e mensagens de positividade
Por Nayara Palmieri
Moradora, de Itu, Beatriz França Marques, 31 anos, designer e ilustradora ficou conhecida através de sua criação, “biapof”, que transmite mensagens positivas pelas redes sociais, acumulando 101 mil seguidores no Instagram (@biapof). A ilustradora contou ao JP que a “biapof” fez sua primeira aparição em uma cartinha que escreveu para sua mãe, quando ainda era criança, e que não pensava em tornar sua criação em seu trabalho integral.
A ideia de levar a “boneca” ao público surgiu de um amigo. “Foi em 2010, quando eu trabalhava numa agência de design, entre um intervalo e outro, comecei a desenhar a bonequinha mais frequentemente num caderninho. Era como se fosse uma terapia. Um amigo viu o que eu estava fazendo e me deu a ideia de criar uma página pra ela”, conta Beatriz, que na época não seguiu com a ideia do amigo.
Foi em 2014 que “biapof” virou de fato a profissão de Beatriz França, quando ela fez uma parceria com uma empresa de capinhas de celular. Mesmo após a parceria, Beatriz não esperava que “biapof” fosse fazer o sucesso que faz hoje, já que suas postagens nas redes sociais eram mais para ela mesma do que para alcançar o público. “As minhas primeiras postagens eram muito mais um desabafo, uma forma de me expressar, tinha muita vergonha em postar, mas comecei a receber mensagens do tipo ‘obrigada por dividir, me ajudou muito’ e então eu pensei ‘opa, tem alguma coisa aqui'”, declara.
O feedback que a designer recebe é algo que a surpreende até hoje. Por ser uma personagem carismática e simpática, a “biapof” é muito bem recebida por todos. Acompanhada de frases motivacionais e positivas, esse carinho do público só aumenta. “Às vezes eu não tenho noção de quanto uma mensagem simples pode impactar na vida de alguém. Diariamente eu recebo relatos de pessoas agradecendo, que ‘aquilo/naquele momento’ melhorou o dia, ou pelo menos o tornou mais leve. Coisas do tipo ‘você importa’ são lembretes diários para alguém que está passando por uma situação difícil”.
Criação em tempos de pandemia
Beatriz conta que criar durante o período de isolamento social foi difícil no começo. A ilustradora se via em meio a ansiedade e excesso de informação. “Mas com o tempo fui separando as coisas na minha cabeça; o que estava ao meu alcance e como eu poderia criar algo pra amenizar esse caos”, diz.
A interação com o público e os compartilhamentos das artes cresceu bastante durante esse período. Beatriz associa esse crescimento a dois motivos: mais gente em casa e com tempo para acessar as redes sociais e por conta das mensagens que acalmam o coração num momento tão delicado. “Inclusive, fiz um manual ilustrado de como lidar com a ansiedade, logo na primeira semana de isolamento, e foi super compartilhado. Acho que muito mais gente estava como eu”.
Beatriz enfatiza que precisamos nos cuidar e cuidar do próximo para que esse período passe o mais rápido possível. “O que mais tenho postado e enfatizado é que isso é uma fase, e vai passar; nesse momento, precisamos cuidar de nós mesmos e do próximo. Conscientizar as pessoas dos cuidados necessários para enfrentar a pandemia, para cada um fazer sua parte”, finaliza.