Instituto Tecendo Infância visita comunidades ribeirinhas e indígenas no Pará

Entre os dias 17 e 19 de fevereiro, a equipe do Instituto Tecendo Infâncias – localizado em Itu (SP), composta pela fundadora e presidente do Conselho, Maíra Gazzola Schincariol, pela diretora-executiva, Adriane Menna Barreto e pela líder de comunicação, Lilian Sartório, participou da 1ª Jornada de Saúde e Arte-Educação de 2025, promovida pelo Projeto Saúde e Alegria (PSA), dentro do Programa Saúde na Floresta, em parceria com as comunidades locais e a Secretaria Municipal de Saúde de Santarém (Semsa). O objetivo da visita foi acompanhar de perto a iniciativa “Primeira Infância na Amazônia com Saúde e Alegria”, apoiada pelo Instituto desde 2024, e entender os impactos do projeto na vida das crianças e suas famílias.

A viagem iniciou em Alter do Chão (PA), onde o grupo encontrou com o fundador do projeto “Saúde e Alegria” – PSA, o médico Eugênio Scannavino, e seguiu de barco por quase sete horas até a primeira parada, a aldeia São Pedro do Muruci e a comunidade São Pedro. Por ali, a Caravana do PSA já havia realizado atendimentos médicos e oficinas de arte-educação.

Aldeia São Pedro do Muruci (povo Arapiuns) – Comunidade São Pedro

A equipe foi recebida pelo líder da comunidade Joaquim da Silva Fonseca e pelo vice-cacique da aldeia, que apresentaram parte do território onde vivem. “Uma das questões que mais nos chamou a atenção foi a luta diária pelo acesso à água potável e à energia elétrica – necessidades básicas ainda precárias em muitas comunidades da Amazônia”, comenta Adriane. Em 2004, o PSA deu início a projetos na área de saneamento, implantando sanitários com fossas rústicas. Outro projeto importante é a distribuição de filtros de água para praticamente 100% das famílias, além da orientação sobre o uso de hipoclorito de sódio. A maioria dos moradores da aldeia e da comunidade não tem acesso à energia elétrica, mas alguns utilizam energia solar. Recentemente, um raio danificou algumas placas solares, comprometendo o funcionamento de equipamentos na escola Emei e Emefei “São Pedro”, que precisou acionar o gerador a combustão.

Ainda no local, o Instituto participou de uma reunião com diversos representantes – realizada na única Unidade Básica de Saúde (UBS) da comunidade, fundada em 2015. “A presença do projeto aqui é essencial. Sem essa assistência, muitas famílias não teriam acesso a consultas médicas e orientações básicas.”, relatou uma moradora local.  “Estar aqui nos permite ver de perto a operacionalização do projeto que apoiamos e compreender os desafios reais enfrentados por essas comunidades, especialmente para as gestantes e as crianças. É um aprendizado profundo e transformador”, afirma Adriane.

Aldeia Esperança (povo Arapiuns) – Comunidade Curi
Após mais de 40 minutos de viagem de barco, a equipe do Instituto pernoitou no Rio Arapiuns para chegar – pela manhã, na Comunidade Curi e Aldeia Esperança. Ali, a expedição do “Programa Saúde na Floresta” estava em seu terceiro dia de atendimento, promovendo rodas de conversa educativas. Um dos temas foi sobre queimaduras de pele – detectadas em grande parte das crianças locais. Também foram realizadas oficinas de educomunicação com as crianças e com os jovens. 

Recepcionados pelo cacique e pela cacica da Aldeia Esperança, o grupo se reuniu aos médicos, educadores, comunicadores e voluntários do PSA para conhecer o território e acompanhar o trabalho desenvolvido com os moradores locais. “Percebemos claramente os impactos das expedições realizadas pelo PSA através da alegria com que são recebidos. O PSA não chega impondo soluções, mas ouvindo as necessidades locais e construindo campanhas junto com os moradores. Esse é um diferencial fundamental”, descreve Adriane.

Entre as iniciativas do PSA apoiadas pelo Instituto, estão:

-Atendimentos e ações de Educação Permanente em Saúde, com foco na primeira infância,
– Apoio ao Pré-Natal nas expedições da Unidade Básica de Saúde Fluvial,
– Oficina Troca de Saberes com parteiras e cuidadoras (do Rio Tapajós e Rio Arapiuns),
– Trilhas da Infância com Povos da Floresta,
– “Gran Circo Mocorongo”, apresentação que sempre finaliza as expedições, unindo as tradições regionais e aprendizados através da forma lúdica de educar do PSA.

“O respeito à cultura local e a forma como abordam os cuidados básicos com a saúde e com o meio ambiente fazem do PSA um projeto sério e admirado há quase 40 anos”, conceitua Adriane. Para visitar as comunidades e aldeias é necessário estar aberto ao desconhecido, livre de pré-julgamentos e disposto a enxergar a realidade com novos olhos. A Amazônia é vasta e cheia de desafios, mas também é um território de sabedoria, resistência e possibilidades. “Convido todos a conhecerem este projeto, que temos a felicidade de apoiar, e que transforma a vida de tantas crianças e suas famílias, com muita saúde e alegria”, conclui.

O Instituto Tecendo Infâncias

Somos uma organização social sem fins lucrativos localizada em Itu (SP) e que acredita na transformação da sociedade por meio do cuidado prioritário com a primeira infância — do período gestacional até os seis anos de idade. Desde 2022, pautados pela nossa Teoria da Mudança, investimos esforços e recursos no apoio a programas, projetos e ações voltados à garantia de condições essenciais para o pleno desenvolvimento das crianças. Nosso objetivo é contribuir para um futuro mais promissor e equitativo, onde cada criança tenha acesso às oportunidades necessárias para crescer com dignidade e potencializar suas capacidades.