Itu vive um “dia de Brasília” com a visita do presidente da República Michel Temer
O presidente da República Michel Temer (PMDB) visitou a cidade de Itu na última quarta-feira (15), feriado da Proclamação da República, e participou da cerimônia de entrega do Título de Cidadão Ituano ao advogado e amigo pessoal José Eduardo Bandeira de Mello, que foi vice-presidente da Fiesp e atuou no ramo das indústrias farmacêuticas.
Temer desembarcou no aeroporto de Campinas e chegou ao Quartel de Itu de helicóptero por volta das 10h. De lá, ele foi escoltado por soldados do Exército e policiais militares até a Prefeitura, onde ocorreu a solenidade. O presidente foi recebido pelo prefeito Guilherme Gazzola (PTB) e pelo presidente da Câmara José Galvão (DEM).
No gabinete do chefe do Executivo ituano, o presidente fez um rápido despacho, tornando Itu, simbolicamente, a capital federal por alguns instantes. “É um sinal de prestígio não só para a Prefeitura, o prefeito e toda a sua equipe, mas para a cidade de Itu. É a primeira vez na história republicana que um presidente em exercício vem para a cidade. Isso mostra que essa visita é um marco histórico”, declarou ao JP o prefeito Gazzola ao fim do evento.
Após o despacho, Temer, Gazzola e Galvão seguiram até o auditório da Prefeitura. Lá, eles se juntaram ao autor do projeto de cidadania para Bandeira de Mello, o vereador Givanildo Soares (PROS), e demais autoridades como o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o ministro-chefe da Secretaria de Governo Antônio Imbassahy e os deputados federais Herculano Passos (PSD), Beto Mansur (PRB) e Fábio Ramalho (PMDB), vice-presidente da Câmara dos Deputados.
Após a entrega do título de cidadão a José Eduardo, os presentes realizaram discursos. Quem mais falou foi justamente Temer. Ele saiu em defesa ao seu governo, disse que recuperou as estatais como a Petrobrás e destacou a história republicana de Itu. “A República é uma obra em constante evolução. A história nunca parte do zero, ela avança com etapas e cada geração encontra desafios próprios no seu tempo”, disse.
Temer ainda disse que, se não prestigiarmos certos princípios constitucionais, a “nossa tendência é sempre caminhar para os autoritarismos, para uma certa centralização”. O presidente destacou, também, o papel da Federação e afirmou que vai enfatizar também uma reforma federativa. “Não apenas a reforma social, não apenas a responsabilidade fiscal, mas também uma reformulação federativa, de maneira em que estados e municípios tenham cada vez mais autonomia, não apenas competências, mas recursos próprios para gerir essas competências”, prosseguiu.
Após o longo discurso, proferido diante de um público composto em sua maioria por funcionários comissionados, diretores e secretários da Prefeitura, Temer embarcou com destino à Brasília sem falar com a imprensa.
Amigo Temer
Ao “Periscópio”, José Eduardo Bandeira de Mello destacou a amizade com Temer. “Eu tive muita identidade com ele. Ele é uma pessoa a quem eu admiro muito, porque fez uma carreira política difícil e chegou a um posto complicado, num momento muito complicado, mas ele mexeu em coisas que não são populares, e isso pra mim foi muito importante na admiração que eu tenho por ele como pessoa, porque ele enfrentou todo tipo de batalha e está colocando o Brasil nos trilhos”, declarou.
Em seu discurso, José Eduardo já havia demonstrado a consideração que tem com o presidente ao defendê-lo ferrenhamente. “Nunca neste país, imitando aquele cidadão: nunca na história deste país alguém foi tão traído e vítima de tantas ciladas quanto o presidente Temer. Perdeu muitas batalhas, venceu a guerra e aqui está, sobranceiro, ao nosso lado”, declarou, ironizando frase do ex-presidente Lula (PT). Ele também agradeceu ao vereador Giva, dizendo que o título foi a “melhor homenagem que teve na vida”.
Protesto
Do lado de fora do auditório, um grupo de manifestantes protestava contra a presença de Michel Temer em Itu. Integrantes de partidos políticos de esquerda, como PT e PSOL, além de membros da CUT (Central Única dos Trabalhadores), puxaram o grito de “Fora, Temer” carregando bandeiras e cartazes. Nenhum incidente foi registrado.
Uma das manifestantes foi a jornalista e ex-candidata a prefeita de Itu pelo PSOL Monica Seixas. “Em uma cidade conservadora e passiva como Itu, colocar 150 pessoas na rua, entre crianças e idosos de legendas partidárias ou não, além de movimentar milhares nas redes sociais – que demarcaram sua desaprovação nos comentários em portais de notícias e nas páginas da Prefeitura e prefeito, é bastante simbólico”, disse. “O que fizemos se chama escracho. É uma estratégia histórica para demostrar indignação”, finaliza. (André Roedel)
Acho que um a candidata a Prefeito não deve usar expressões típicas de marginais!
A palavra escracho não quer dizer indignação e sim desmoralização na linguagem da malandragem!Fui advogado na Penitenciaria de S.paulo e a gira do preso quando não queria ser desmoralizado,pedia para não ser escrachado!!!!
Parabéns Monica Seixas e ao PSOL que tem mostrado em nível nacional e municipal que não se vende estando ao lado da população que trabalha e não suporta bancar mamatas desses políticos marajás.