Ituanos marcam presença na segunda Comic Con Experience
Por André Roedel
A expectativa para a segunda edição da Comic Con Experience (CCXP), realizada no mês passado em São Paulo, era grande. Afinal, não é sempre que grandes nomes da cultura pop mundial, como o quadrinista Frank Miller (autor de clássicos como “O Cavaleiro das Trevas” e “300”), a atriz Evangeline Lilly (de “Lost” e “O Hobbit”) e o músico Gerard Way (da banda My Chemical Romance e roteirista de “The Umbrella Academy”), vêm ao Brasil. A diversidade de convidados do evento – que já é considerado o maior do gênero em toda a América Latina – foi um dos motivos que fizeram os fãs esgotarem os ingressos dos principais dias com semanas de antecedência, tornando a CCXP um verdadeiro “paraíso nerd”. Mais de 140 mil visitantes conferiram os 150 estandes e atrações da feira, superando a perspectiva inicial dos organizadores, de 120 mil presentes.
E vários moradores de Itu marcaram presença. Como a professora Larissa Moraes, que compareceu ao evento no primeiro e no último dia. E ela foi uma atração à parte: adepta do cosplay (nome dado à prática de se fantasiar de um personagem que gosta), ela foi trajando o uniforme de um piloto rebelde da saga “Star Wars”, sendo constantemente abordada nos corredores para posar para fotos. “Eu faço cosplay já faz um tempo e adoro! É muito gratificante ter pessoas reconhecendo o seu personagem, falando que ficou bom e pedindo até mesmo para tirar uma foto. A CCXP é definitivamente um lugar pra se fazer cosplay”, comenta Larissa.
A jovem começou a gostar desse mundo das histórias em quadrinhos, videogames e séries de TV quando era bem nova, por influência de seus primos. “Leio muito quadrinhos da DC (editora americana), principalmente os do Batman. De séries, acompanho desde ‘The Flash’ e ‘Arrow’, que envolvem heróis, até ‘Breaking Bad’, ‘How I Met Your Mother’ e ‘Dexter’, que são as minhas preferidas. De games eu gosto de‘The Last of Us’ e a franquia ‘Uncharted’; jogo duas ou três vezes o mesmo jogo se for preciso”.
E participar novamente de uma CCXP – ela também esteve na primeira edição – foi muito bom, explica Larissa. “A experiência de estar na CCXP é ótima. Pra quem gosta, é de ficar completamente doido. Você mal sabe pra onde olhar”. Pra quem se interessou e pretende ir neste ano – a terceira edição já está confirmada para ocorrer entre os dias 1 e 4 de dezembro –, ela deixa um recado: “o importante é ir com a consciência de que, por ser um lugar que reúne muitas pessoas, você vai, sim, enfrentar filas e tudo mais, e faz parte da brincadeira, é um bom momento pra você conhecer outras pessoas que têm os mesmo interesses que você”.
Primeira vez
Além de Larissa, os jovens estudantes do Ensino Médio Augusto Stolf e Beatriz Barcella também compareceram à CCXP. Para Augusto a experiência não foi novidade, já que ele também esteve na primeira edição. Mas para Beatriz foi algo totalmente novo, pois foi sua primeira vez. “Foi uma experiência fantástica, adorei ter ido. O que mais gostei no evento foram os painéis. No dia que eu estive lá, alguns atores de algumas séries que gosto e alguns roteiristas e quadrinistas que admiro compareceram e conversaram com o público, e vê-los ao vivo foi a parte que mais gostei, com certeza”, comenta a jovem.
Para Beatriz, poder ver de perto seus ídolos da cultura pop foi definitivamente o ponto alto da CCXP. “O que primeiramente me atraiu foram as temáticas que seriam expostas lá; temáticas pelas quais tenho muito interesse, como séries e jogos, entre outros. Outro ponto que me atraiu foram artistas que admiro presentes nos painéis, como Aml Ameen, Alfonso Herrera e Jamie Clayton (da série “Sense8”) e David Tennant e Krysten Ritter (da série “Jessica Jones”)”, explica a garota, que pretende ir novamente ao evento.
Beatriz faz parte de uma nova geração de amantes da cultura pop, que aprendeu a gostar desse nicho através da popularidade de filmes como “Os Vingadores”, “Homem de Ferro” e “Capitão América”. Ela começou a se interessar pelos quadrinhos de super-heróis em 2014 e hoje é uma entusiasta do gênero, não tendo um personagem favorito específico. “É difícil escolher favoritos, mas gosto bastante de Batman, Guardiões da Galáxia, Inumanos, Arlequina, Vingadores… Enfim, super-heróis no geral”.
Influência da família
A experiência de Augusto em sua segunda CCXP também foi boa. “Foi uma experiência muita bacana conhecer os espaços, os artistas,os cosplayers… É um lugar muito amplo, no qual você tem diálogo e interação com outros fãs. É um mundo mágico: você não quer sair dali”, explica. Além de ser fã de personagens das editoras americanas Marvel e DC (principais do mercado de quadrinhos mundial), ele tem uma influência em sua família para gostar da cultura pop: seu tio, Pedro Mauro.“Ele é desenhista. O trabalho dele é mais voltado a um personagem próprio”, comenta Augusto.
Pedro Mauro esteve presente no chamado “Artists’ Alley” (Beco dos Artistas), local em que diversos quadrinistas puderam expor e vender seus trabalhos e ter contato com o público. Na oportunidade, ele lançou um episódio da série sobre uma famosa pirata, “Back From The Dead Red”; o SketchBook1, com trabalhos e estudos dos últimos dois anos; além de vender artes finais destes trabalhos e prints coloridos e em branco e preto.
O artista nasceu na cidade de Nova Europa (SP) em 1953. Seu primeiro trabalho publicado foi uma série de western para editora Taika em 1971. Mais tarde, começou a trabalhar como ilustrador em São Paulo para publicidade e editoras. Nos anos 1990, foi convidado para morar e trabalhar em Nova York, onde ficou por 12 anos. Voltou para os quadrinhos em 2013, com a série “Back From The DeadRed”, de Carlos Stefan. Em 2014, começou a colaborar com a Sergio Bonelli Editore, da Itália, desenhando episódios do personagem Adam Wild, de Gianfranco Manfredi. Atualmente, vive e tem seu estúdio em Itu.