Ituanos relatam prejuízos com o temporal

O temporal que atingiu Itu na última sexta-feira (03) causou diversos prejuízos a moradores de diferentes pontos do município. Casas foram destelhadas, árvores caíram em cima de carros, causando inúmeros transtornos. Sócio-proprietário de uma confeitaria situada no bairro São Luiz, o chefe Augusto Nunes relata à reportagem que o estabelecimento ficou sem energia elétrica da tarde de sexta-feira até a noite do último domingo (05).

O resultado de mais de 50 horas sem energia foi um prejuízo de R$ 15 mil, de acordo com o empreendedor. “Contando insumos e produtos que seriam assados ainda, como pães e croissants. Agora é hora de levantar a cabeça, trabalhar e seguir em frente”, acrescenta Augusto.

Horas de preocupação também foram vivenciadas pela enfermeira oncológica Camila Oliva Zanotto Alfieri. Moradora do Residencial Aldea de España, ela comentou ao JP que teve o telhado de sua casa danificado pelo vendaval, ficando sem energia elétrica da tarde de sexta-feira até a noite de segunda-feira (06). “A gente perdeu muitos alimentos. Foi uma maluquice. Não dava nem pra tomar banho”, relata a munícipe, que ficou sem água em sua residência até a tarde de segunda-feira.

Além dos problemas enfrentados em sua residência, a sua preocupação foi ainda maior em relação a seus assistidos. Sócia-proprietária de uma clínica especializada no tratamento de câncer, situada na Vila Nova, Camila relata as horas de tensão.

“Nossas geladeiras têm bateria acoplada para durar 30 horas sem energia. Passou 30 horas e nada da luz voltar. A gente colocou no gerador e para conseguir gasolina a mais foi um sufoco, pois só tinha um posto funcionando. Por pouco não perdemos as medicações. No domingo de manhã, a energia voltou e tudo se normalizou na clínica”, explica a enfermeira.

Até a madrugada de terça-feira (07), moradores do bairro Pinheirinho sofriam com a falta de energia. De acordo com o balconista de autopeças Antônio Lima Bueno Neto, no bairro residem idosos, alguns deles acamados e que estão em tratamento de câncer.

“É muito difícil passar três dias sem energia, sem internet pra falar com os filhos, sem água. Perdemos bastante coisa, mas o material a gente consegue de novo. Imagina esses idosos que estão em tratamento e têm remédio na geladeira? Mas ninguém tem culpa. É a natureza. A gente tem que se preparar melhor para essas coisas. Como é raro acontecer, não fomos preparados pra isso, mas agora acho que a vida volta ao normal”.

O advogado Sérgio Luís Falcochio, morador do Residencial Mayard, ficou sem energia em sua residência das 16h de sexta-feira até as 19h55 de segunda-feira. “Praticamente tudo o que tinha na geladeira foi para o lixo”, desabafa.

Durante o final de semana, diversos estabelecimentos comerciais deixaram de atender, seja por falta de energia, seja por falta de água. Até o fechamento desta matéria, a reportagem obteve relatos de pessoas que ainda não tinham energia elétrica em suas casas ou em seus estabelecimentos.

No bairro Vila Progresso, por exemplo, uma metalúrgica anunciou em suas redes sociais que a previsão de retorno da energia era para esta quarta-feira (08). Moradores daquela região também relataram ao JP que até a tarde de terça-feira (07), ainda não havia energia em suas residências, assim como na Fazenda Paraíso e suas imediações, às margens da Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto (SP-300).

Em parte do Parque América e também no bairro Taperinha ainda não havia energia até a tarde de terça-feira. Quanto ao fornecimento de água, de acordo com o apurado pela reportagem, até a tarde de terça-feira o Jardim Bom Viver ainda estava sem o abastecimento de água reestabelecido.