Jogo da Alemanha é marcado por protesto após FIFA proibir braçadeira
Na manhã desta quarta-feira (23), antes da bola rolar para a partida entre Alemanha e Japão, válida pela primeira rodada do Grupo E da Copa do Mundo do Catar, chamou a atenção o protesto realizado pela Seleção Alemã. A partida aconteceu no estádio Khalifa, em Doha. Com a bola rolando, os alemães foram derrotados por 2×1 de virada pelos japoneses.
Na foto oficial da equipe, tirada antes do início do jogo, os jogadores colocaram a mão na boca em sinal de protesto contra a FIFA, organizadora da competição, que proibiu que os capitães das seleções usem uma braçadeira com a inscrição “One Love” e a bandeira do arco-íris, em apoio à comunidade LGBTQIA+. A polêmica ocorre porque no Catar, uma nação fundamentalista islâmica, a homossexualidade é proibida.
A imagem não foi exibida pela transmissão oficial da FIFA, mas ganhou o mundo. A própria Federação Alemã de Futebol divulgou em suas redes sociais a foto do protesto com uma mensagem. “Queríamos usar nossa braçadeira de capitão para defender os valores que defendemos na seleção alemã: diversidade e respeito mútuo”, afirmou a entidade.
“Juntamente com outras nações, queríamos que nossa voz fosse ouvida. Não se tratava de fazer uma declaração política – os direitos humanos não são negociáveis. Isso deveria ser dado como certo, mas ainda não é o caso. Por isso esta mensagem é tão importante para nós. Negar-nos a braçadeira é o mesmo que nos negar a voz. Mantemos nossa posição”, prosseguiu.
O capitão Manuel Neuer usou uma faixa com a inscrição “no discrimination” (não à discriminação). A ministra do interior da Alemanha, Nancy Faeser, presente no estádio internacional Khalifa, usou a braçadeira proibida pela FIFA.
Sete países europeus (Inglaterra, Alemanha, Holanda, País de Gales, Dinamarca, Bélgica e Suíça) pretendiam usar a braçadeira “One Love”, mas foram alertados de que isso levaria os jogadores a serem punidos com cartão amarelo – no Mundial, com dois cartões acumulados um atleta já deve cumprir suspensão.
“Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição na qual poderiam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões”, disseram as federações dos países em nota conjunta.