John Wick 3: Parabellum
Vez ou outra aparece um filme nos cinemas que pode ser considerado um “novo clássico”. A franquia John Wick pode se encaixar nesse conceito. Depois de um primeiro capítulo ainda tímido em 2014, a série estrelada pelo astro Keanu Reeves e dirigida pelo ainda novato Chad Stahelski alcançou um nível altíssimo em sua continuação, Um Novo Dia Para Matar, de 2017. Neste terceiro capítulo, Parabellum, em cartaz, o nível continua lá em cima.
Por que “novo clássico”? Porque a franquia reinventa o gênero de ação. Traz novas maneiras de filmar, novas tendências. Quem não se inspirar nas sequências apresentadas nesses filmes tende a ficar para trás. Stahelski, que trabalhou na direção de dublês e um apaixonado por artes marciais, soube fazer um mix dessas suas paixões e entregar uma obra repleta de cenas alucinantes, que prende a atenção do espectador do começo ao fim.
E não estou exagerando em afirmar que John Wick 3 tem ação do primeiro ao último minuto. Pra começo de conversa, este filme é uma sequência imediata do último. Wick, um matador de aluguel, está sendo perseguido por todos os outros assassinos de Nova York após os incidentes do segundo longa e precisa superá-los para se manter vivo. Os primeiros vinte minutos de exibição são dedicados a uma grande perseguição pelas ruas da metrópole, com Wick aproveitando cada elemento da cidade para conseguir escapar.
A estética é um ponto importante do filme. Com uma fotografia caprichada e repleta de tons neon, o filme reproduz conceitos que estamos acostumados a ver ou em filmes orientais de artes marciais ou em videogames. Aliás, cada nova luta protagonizada por Wick ou seus parceiros lembram uma nova fase de um jogo, cada um com um “chefe” a ser eliminado e com um “chefão” no final de tudo.
Por conta dessa estética excepcional, John Wick é elegante. As excelentes coreografias das cenas de lutas também ajudam muito. São quase imperceptíveis os cortes de edição nessas cenas, o que mostra a competência de Stahelski nesse sentido. Tudo é muito físico e é difícil perceber a presença de dublês. Ponto também para o dedicado elenco (que conta com a vencedora do Oscar Halle Barry), que imergiu de cabeça nesse devaneio ensandecido repleto de tiro e porradaria.
Assim como o Mad Max: Estrada da Fúria de George Miller veio para estabelecer novos conceitos para a indústria do cinema, John Wick 3: Parabellum veio para revigorar os filmes de ação e mostrar que é possível fazer uma produção de um gênero secundário (por vezes chamado de “menor”) e inovar, respeitar a arte cinematográfica. Que novos capítulos dessa saga sejam produzidos, pois eu certamente estarei lá para conferir.
Nota: 4 estrelas