“Jumanji: Próxima Fase” repete fórmula, mas garante diversão de férias
Por André Roedel
O Jumanji: Bem-Vindo à Selva, de 2017, foi uma grata surpresa. Era extremamente divertido, inventivo e contava com um excelente elenco, que se encaixou de uma forma única. A sua continuação (Jumanji: Próxima Fase), porém, se repete. Praticamente a mesma estrutura é apresentada. Faltou ousadia para o filme dirigido por Jake Kasdan.
Como o título sugere, uma nova fase do jogo é apresentada aqui. Como? Em crise, Spencer (Alex Wolff) resolve revisitar o mundo de Jumanji e precisa ser resgatado por seus amigos. Só que dessa vez eles não assumem os corpos dos mesmos personagens que anteriormente – e para piorar, seu avô (vivido pelo sempre divertido Danny DeVito) e o antigo sócio dele (Danny Glover) acabam indo parar dentro do game, que apresenta problemas.
E é só. Apenas isso Jumanji: Próxima Fase apresenta de novidade. De resto, tudo segue a estrutura do anterior: um objetivo genérico, missões arriscadas e os personagens se adaptando com as habilidades novas. O lado bom é que, com as trocas de “avatares”, o elenco do jogo se sobressai. Dwayne “The Rock” Johnson e Kevin Hart, que são apossados pelos idosos, estão divertidíssimos com os trejeitos e as caras.
Também é legal ver a personagem de Karen Gillan (a única que não foi alterada) assumindo um protagonismo – mesmo que em apenas parte do filme. A dupla de Danny’s, que aparece em menos de 10% do filme por bem dizer, também manda bem. Em especial DeVito, que faz um tipo que ele bem conhece no cinema, daqueles que estão sempre de mal com a vida. É o papel perfeito.
Mesmo com a falta de inovação, o resultado final é agradável. Há inúmeros momentos hilários protagonizados principalmente por Hart e Jack Black. Mas há também vários clichês dos filmes do gênero. O longa tem uma piada boba e recorrente em tramas em que personagens masculinos “incorporam” corpos femininos, que é aquela sobre tocar os peitos. E Jumanji: Próxima Fase não faz cerimônia em perpetuá-la. Longe de mim querer parecer puritano ou “politicamente correto” demais, mas é desnecessária.
Se falta refino no humor, sobra aventura repleta de efeitos especiais. Uma tomada que particularmente gosto muito é uma logo no começo em que o grupo foge de avestruzes em meio a um deserto. Bem executada. Já a ameaça principal, como já disse, é qualquer coisa. O vilão vivido por Rory McCann é dispensável. Outro acréscimo no elenco foi a ótima Awkwafina, que não foi aproveitada tão bem quanto poderia. Mesmo com o desperdício de talento e a falta de ousadia, Jumanji: Próxima Fase diverte o espectador e pode ser uma boa pedida para o período de férias.
Nota: ✫ ✫ ✫