Juntos somos mais fortes
Por Bia Nóbrega*
Desde o ano de 2017, estudo o tema de diversidade e inclusão com mais afinco e desta vez não só quero provocar a reflexão, mas quero convidar à ação! Embora nós mulheres sejamos quase metade das mais de 7,6 bilhões de pessoas no mundo, ainda temos 3,2 vezes mais responsabilidade que os homens nas atividades de cuidado com casa, filhos e pais.
Mesmo que haja mais mulheres graduadas, elas são menos contratadas e a disparidade só aumenta, chegando a ter 62% dos cargos de gerente ocupados por homens e somente 38% por mulheres, de acordo com McKinsey/2018 report.
As mulheres são mais propensas a enfrentar discriminação cotidiana como comentários humilhantes, ter que fornecer mais evidências de sua competência ou ser confundida com alguém muito mais júnior. Para 64% das mulheres, e 71% daquelas que são homossexuais, estas microagressões são uma realidade no local de trabalho, e ainda ganhamos em média 30% menos que os homens no Brasil nas mesmas funções, segundo dados da pesquisa do IBGE do ano de 2017.
Estamos sub-representadas nos Conselhos de Administração. No mundo todo ocupamos 15% dos assentos e no Brasil somos 7,7%. Além disso, em 50 países as mulheres ainda não têm os mesmos direitos. Na prática, apenas três países dão voz política irrestrita às mulheres e há 100 países que ainda oferecem dificuldade de acesso à justiça pelas mulheres.
Enfim, nós mulheres, mundo afora, ainda não temos os mesmos direitos e as mesmas oportunidades e é para lembrar a todos disto que temos um Dia Internacional, o 8 de março. Se juntos, homens e mulheres virarem este jogo da desigualdade, deixaremos um mundo 28 trilhões mais próspero para as futuras gerações (segundo pesquisa da McKinsey).
E como fazer isso? Comece pela sua casa: questione hábitos, divida melhor os trabalhos domésticos entre os gêneros, e eduque seus filhos para a igualdade entre gêneros e o respeito à ampla diversidade. E claro, denuncie qualquer tipo de violência que ocorra em qualquer esfera da sua vida.
Em seu trabalho, busque por condições mais igualitárias, oferta das mesmas oportunidades de crescimento e desenvolvimento, inexistência de diferença salarial e estímulo para que as mulheres ocupem cargos de liderança.
Além disso, conheça e siga os princípios de empoderamento das mulheres em seu lar, sua comunidade e em sua empresa: 1 ) Estabelecer liderança corporativa de alto nível para a igualdade de gênero; 2) Tratar todos os homens e mulheres de forma justa no trabalho – respeitar e apoiar os direitos humanos e a não discriminação; 3) Garantir a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os trabalhadores e as trabalhadoras; 4) Promover a educação, a formação e o desenvolvimento profissional das mulheres; 5) Implementar o desenvolvimento empresarial e as práticas da cadeia de suprimentos e de marketing que empoderem as mulheres; 6) Promover a igualdade através de iniciativas e defesa comunitária; 7) Mediar e publicar os progressos para alcançar a igualdade de gênero.
* É psicóloga e atua há mais de 21 anos na Área de Recursos Humanos em empresas líderes em seus setores.