Livro “Cativeiro Sem Fim”, de Eduardo Reina, terá lançamento em Itu
Na próxima quinta-feira (07), a partir das 19h, acontece o lançamento na cidade de Itu do livro “Cativeiro Sem Fim”, de Eduardo Reina. O evento, promovido pela página “O Igualitário”, acontece no auditório do Secom (Sindicato dos Empregados no Comércio) e contará com a presença do autor e dois convidados para um debate.
“Nestes novos tempos, de negação da História e revisionismo favorável à Ditadura, mais importante do que nunca conhecer as atrocidades que aconteceram no Brasil às vésperas e após o golpe militar de 1964”, explica a organização do evento.
“Cativeiro Sem Fim” conta a história de crianças raptadas de suas famílias consideradas subversivas e criadas com identidades falsas, verdadeiros “crimes de guerra” contra os mais básicos dos direitos humanos. O livro poderá ser adquirido no evento, com a dedicatória do autor, ou no site da editora: http://tiny.cc/bduy9y.
Compondo a mesa, dois convidados especiais: Adriano Diogo, que dedicou sua vida a combater o autoritarismo desde a década de 60, sendo ele mesmo vítima da tortura, e que teve trajetória muito conhecida na ALESP por presidir a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”, e Helena Vetorazo, mestra e doutoranda em Ciências Sociais na Educação, antropóloga, professora de Ciências Sociais Aplicada e pesquisadora no Gepedisc (Grupo de estudos em diferenciação sócio-cultural) na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
O Secom fica na Rua Vinte e Um de Abril, 259, Centro. Mais informações sobre o evento, que tem entrada franca, podem ser obtidas pelos telefones (11) 96601-7600 ou (11) 98222-6523.
Sobre o livro
“Cativeiro Sem Fim” revela segredo da ditadura brasileira: sequestro de filhos de militantes políticos apropriados por militares. Trinta e quatro anos depois de ter sido proclamada extinta, a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) tem histórias que estão longe de ter acabado. São histórias que ficaram escondidas da população e dos livros. Histórias de sequestros e apropriação de bebês, crianças e adolescentes filhos de militantes de esquerda ou de pessoas contrárias ao regime ditatorial.
Como um butim de guerra, as forças militares se apropriavam dessas vítimas, chamadas de “filhos de subversivos”, de “bebês malditos”. Na Argentina, há registro de 500 casos desse crime bárbaro contra a humanidade. No Brasil, o repórter Eduardo Reina, depois de ampla investigação, descobriu 19 casos de sequestro de bebês e crianças pela ditadura.
O livro reportagem é uma parceria com o Instituto Vladimir Herzog e Alameda Casa Editorial, conta as histórias de 19 bebês, crianças e adolescentes que foram sequestrados durante a ditadura – 11 ligadas diretamente à Guerrilha do Araguaia e outras oito no Rio de Janeiro, em Pernambuco, no Paraná e no Mato Grosso.
Com a ajuda de militares, servidores públicos, funcionários de instituições e de cartórios, as vítimas foram entregues a famílias de militares e a pessoas ligadas aos órgãos de repressão. Algumas ainda procuram seus pais biológicos, e outras continuam desaparecidas, mas seus familiares contam suas histórias.
O livro reportagem traz mais do que apenas relatos de sequestros e desaparecimentos de crianças e adolescentes. É o registro dos atos – jamais admitidos ou investigados – praticados por agentes da repressão aos movimentos de resistência à ditadura brasileira e demonstra o terrorismo cometido pelo Estado durante o período.
“A obra é uma produção meritória, escrita por um jornalista que acima de tudo é um cidadão a serviço da Memória, da Verdade e da Justiça”. O prefácio é do repórter e escritor Caco Barcellos, e o posfácio da Procuradora da República e presidente da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos, Eugênia Gonzaga.
Eduardo Reina é jornalista, formado pela Universidade Metodista de São Paulo (1985), com passagens pelas redações de “O Estado de S. Paulo”, “Diário de S. Paulo”, “Diário do Grande ABC”, “Comércio do Jahu”, “Diário Popular” e “Guia Quatro Rodas”, entre outros veículos. Foi vencedor de diversos prêmios.