Livro sobre obras de Almeida Junior foi lançado na última quinta-feira
Cerca de 80 pessoas participaram na noite da última quinta-feira (12), na Casa da Praça, do lançamento do livro “Almeida Junior, uma alma brasileira?” e da abertura da exposição “Memórias em Azul”, com trabalhos de cianotipia, ambos da professora e artista plástica ituana Paula Giovana Andrietta Frias.
O livro aborda a produção regionalista do pintor brasileiro José Ferraz de Almeida Júnior, reconhecida pelos críticos e apontada como marco divisório para a arte nacional.
“Nenhum outro artista sintetizou em sua obra o ser paulista como Almeida Junior, seja da cidade ou do campo. Suas obras são testemunhos históricos, um documento da época, porque ele representa o material e o imaterial, com um homem do sítio e não com figuras importantes como presidentes, governadores da época”, comentou o professor e historiador Luiz Roberto de Francisco.
A reflexão proposta no texto tem como objetivo analisar alguns aspectos relevantes da obra do pintor, a fim de compreender o contexto em que surgiram, as diferentes avaliações críticas que receberam e o papel que tiveram no processo de renovação do panorama artístico brasileiro.
“Ele abandona as poses e traz novos olhares para as cenas, mais naturais e não habituais, como os bastidores. Ele insere novas técnicas, porém sem abandonar o acadêmico, com o máximo de realismo, tornando-se um marco divisório na pintura brasileira”, conta Paula.
Na ocasião também aconteceu a abertura da exposição da autora, “Memórias em Azul”, com trabalhos de cianotipia, um processo fotográfico artesanal do século XIX, que utiliza moléculas de ferro sensíveis à luz que conferem a cor azul a esse tipo de fotografia.
As fotos apresentadas na exposição também tem relação com as obras de Almeida Junior, representam o interior e a vida simples do homem do campo.
Além de ser o mais simples dos processos de sensibilização artesanais, a imagem formada é ainda hoje, das mais duráveis. Esse processo permite muitas apropriações e experimentações artísticas e pedagógicas na contemporaneidade.
Com tantas possibilidades que a tecnologia oferece, a cianotipia é uma oportunidade de conhecer e experimentar um processo histórico da fotografia, construindo e fixando imagens artesanalmente. Toda a população está convidada a prestigiar mais este evento gratuito promovido pela Prefeitura de Itu, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.
A exposição pode ser visitada gratuitamente na Casa da Praça, que fica na Praça Padre Miguel (Matriz), 56, Centro, de terça a sexta-feira, das 9h às 16h.