Logan

Por André Roedel

A trajetória de Hugh Jackman no papel do x-man mais conhecido de todos chegou ao fim. Logan, último dos três filmes do Wolverine protagonizados pelo astro australiano, fecha com chave de ouro o ciclo começado em 2000, com o primeiro X-Men. Tem a violência necessária para um longa-metragem baseado no personagem mutante, grandes atuações, alguns diálogos memoráveis e uma trama instigante – mas não é essa maravilha toda que muita gente está comentando internet afora.

Antes de tudo é bom dizer que Logan não é um filme de super-herói e, muito menos, um filme para crianças. Esqueça Os Vingadores, Homem de Ferro e até Batman vs Superman: aqui a pegada é visceral, com lutas brutais e muito sangue. Os combates são bem elaborados e tudo parece real, fazendo jus à classificação R recebida pelo filme nos EUA (16 anos aqui no Brasil).

A trama se passa em um futuro distópico, em que os mutantes são raros. Em uma empoeirada fronteira com o México, Logan trabalha como chofer e protege um envelhecido Professor Xavier (Patrick Stewart, de longe o melhor do elenco. Merece até uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante). A dinâmica entre os dois funciona bem e ajuda a fazer um elo com a franquia dos X-Men no cinema, famosa por sua cronologia bagunçada.

De um “quase western”, o filme avança para um road movie quando a garota Laura/X-23 (interpretada pela promissora Dafne Keen)  entra na trama e passa a ser perseguida pelos Carniceiros – grupo de vilões extremamente subaproveitado liderado por Pierce (Boyd Holbrook). Os antagonistas fracos juntam-se a algumas soluções fáceis de roteiro (uma em específico chega a ser hilária) e repetições, que fazem Logan ficar um tanto cansativo do segundo ato pra frente – responsabilidade total do diretor James Mangold.

E isso tudo me incomodou um bocado. Principalmente após todos os comentários e críticas de que esse seria um dos melhores filmes baseados em quadrinhos de todos os tempos. Pode ser uma produção honesta, com interpretações ótimas e uma premissa corajosa, mas que está bem aquém de obras como Batman: O Cavaleiro das Trevas, Homem-Aranha 2 e o próprio X-Men 2, por exemplo.

Claro que os prós são bem maiores que os contras e o resultado é uma despedida digna de Hugh Jackman do papel que o consolidou. É também uma grande oportunidade da Fox, estúdio por trás dos filmes mutantes, repensar a franquia nos cinemas. Mas isso é conversa pra outra hora. Agora você precisa ir ao cinema e assistir Logan para tirar suas próprias conclusões. Ao menos vale o ingresso.

 

Nota:

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