Mais empatia, por favor!
Por Daniel Nápoli*
Durante o mês de dezembro, muitas pessoas postaram nas redes sociais a necessidade de as pessoas terem mais empatia em 2019, ainda mais depois do “FlaxFlu” ocorrido por conta das Eleições.
O exercício de se colocar no lugar do outro, nas mais diversas situações, não era para ser tão difícil, mas não é o que vem acontecendo.
Acredito que seja pertinente a abertura de artigos do Periscópio neste novo ano sobre tal tema, para exemplificar o que a imprensa viveu em 2018. Como em todo setor há o bom, o médio e o profissional ruim, no Jornalismo, é claro, não é diferente, mas não deve-se generalizar, e foi justamente o que aconteceu no ano passado.
A cada notícia publicada (principalmente no período eleitoral) eram milhões os comentários ofensivos não só para os protagonistas do post, mas também para os jornalistas, colocando em dúvida até mesmo o seu caráter.
E, infelizmente, isso não foi somente “luxo” da imprensa dos grandes centros. No interior também não foi diferente. Para aproximar mais, notícias apuradas com bastante cuidado não só por mim, mas por outros companheiros de trabalho, também não passaram em branco. Assim como em diversas oportunidades, tivemos nosso caráter posto em dúvida na chamada perigosa generalização da internet.
Em meio às fake news e a falta de empatia, um jornal com mais de 53 anos de história e credibilidade enfrentou o “turbilhão” que foi 2018, fazendo justamente o que sempre fez, informando de maneira imparcial por meio de seus profissionais.
Ainda sobre a empatia, não é fácil para um profissional, que passou quatro anos na faculdade procurando “sugar” todo o conhecimento possível para colocar em prática em sua carreira, ver sua conduta questionada, como também não é legal ver a indignação e, muitas vezes, a preocupação de familiares e amigos com comentários odiosos e irresponsáveis.
Porém, fatos como esses só servem de combustível para que nós, profissionais, sigamos no caminho de levar ao leitor a informação mais clara possível, no combate às fake news. Embora já tenha dito que não se pode generalizar, a maioria dos jornalistas ama, e muito, a profissão e seus desafios.
Que em 2019, para cada “copo meio vazio”, exista outras cinco que compreendam que, para que elas estejam lendo aquela notícia, foi necessário um trabalho sério de muitas pessoas e, em muitas vezes, em horários não convencionais. Que para cada profissional, seja jornalista, médico, engenheiro, carteiro, enfim, haja outras pessoas que respeitem o trabalho e pensem que assim como “os julgadores”, eles também tem familiares, amigos e um “leão por dia para matar”.
É sempre bom lembrar que o “jornalista vendido” ouve os dois lados (ou até mais) dos fatos, a garçonete xingada no restaurante está passando por problemas em casa, o “motorista lerdo” que está na frente pode estar em seu pior dia, ou em outro exemplo, a balconista cheia de trabalhos da faculdade e compromissos pessoais não tem culpa se você está de mau humor ou não.
Bom, é isso que espero para 2019 e para os próximos anos, em um artigo que mais pareceu como um desabafo. Um excelente Ano Novo para todos! Mais senso crítico e empatia para todos também!!!
*É jornalista do Jornal Periscópio