Mais um grande passo para a revitalização do Centro Histórico de Itu: a nova Floriano Peixoto
Por Ana Paula de Moraes Quinteiro Capelli*
O Centro Histórico de Itu passou por várias transformações ao longo de seus 410 anos, mas seu traçado e sua paisagem, composta por inúmeros edifícios de importância histórica, foram mantidos graças ao tombamento pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). O tombamento, entretanto, não impediu que viesse a sofrer com o movimento de êxodo da classe média, o qual marcou as cidades nos anos 1970.
Seguindo o modelo norte-americano de moradia, por meio do qual as famílias residentes nos centros mudaram-se para o subúrbio em busca de tranquilidade e segurança, tal movimento no Brasil se deu em direção aos condomínios, deixando os centros restritos às atividades comerciais.
Em Itu não foi diferente. A implantação de vários condomínios fez com que os tradicionais moradores do Centro Histórico migrassem, e um espaço, até então residencial, passou a abrigar o comércio da cidade. Como toda região que deixa de ser residencial e passa a ser ocupada apenas no horário comercial, iniciou um processo de degradação.
No final do século passado, muitas cidades do Brasil e do mundo tentaram implantar calçadões como forma de revitalizar seus centros degradados. O objetivo desses novos espaços era atrair os pedestres e, assim, requalificar as áreas. São Paulo e Paraty são exemplos conhecidos do uso desse elemento urbanístico, apresentando resultados bem diferentes.
Na cidade carioca, o centro histórico tem apenas atividades voltadas ao turismo, por isso é necessário que as ruas sejam fechadas, garantindo a preservação do calçamento original e permitindo que os turistas possam andar livremente entre lojas, pousadas e restaurantes
Já em São Paulo, os calçadões não só contribuíram para a degradação do centro antigo, como aumentaram os índices de violência nas áreas onde foram implantados. Por serem utilizados apenas durante o dia, transformando-se, à noite, em lugares escuros e vazios, tornaram-se problemas urbanos ao invés de solução para espaços decadentes. Diante disso, a Prefeitura iniciou um processo de revitalização do centro por meio de um projeto que devolve o leito carroçável e amplia as calçadas, priorizando o pedestre, mas permitindo também o fluxo de veículos, o que, inclusive alivia o trânsito nas ruas que envolvem a área central.
O urbanismo do séc. XXI trouxe uma mudança nesse paradigma e colocou a rua como espaço público livre, por meio do qual nos apropriamos do ambiente urbano: é o conceito de “rua compartilhada”. Tal conceito traz para o mesmo espaço a circulação de veículos e pedestres, dando prioridade a esses últimos, potencializando a experiência de compras, convivência e apropriação do espaço e paisagem.
O projeto de revitalização da rua Floriano Peixoto está baseado nesse novo conceito, sendo seus objetivos, além de revitalizar a paisagem tombada: valorizar a arquitetura de épocas, promover a convivência e o incentivo à atividade comercial e, principalmente, oferecer qualidade de vida aos usuários desse espaço tão concorrido.
Para tanto, prevê a ampliação das calçadas com a pintura do asfalto, trazendo conforto ao pedestre e mantendo o leito carroçável, garantindo que o trânsito de uma área movimentada não sofra impactos. Prevê, ainda, áreas de parada, com mobiliário que permite a convivência e o descanso, estrategicamente localizadas para favorecer a contemplação dos edifícios tombados, representativos de vários períodos arquitetônicos. Além disso, o modelo do mobiliário harmoniza com o já existente nas praças e floreiras, melhorando a qualidade ambiental do local. Todas intervenções reversíveis, respeitando as normas de preservação de áreas tombadas.
O projeto faz parte de um conjunto de ações da administração pública para valorizar o Centro Histórico de Itu, resgatando seu patrimônio arquitetônico, urbanístico e cultural, além de incentivar o turismo e o comércio.
*É arquiteta e urbanista formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e atualmente é Diretora de Obras e Posturas da Prefeitura da Estância Turística de Itu.
Pintar o asfalto não é revitalização , é simplesmente asfalto pintado , igual ao lixo de ciclovia , asfalto pintado , tudo rachado e esburacado , o velho sistema político de enganar a população com fotos bonitas no Photoshop , mas ao vivo aquele serviço superfaturado mal feito , Brasil não é para amadores
Deveriam fechar totalmente a rua pra carros, ficará assim muito perigoso para os perdestes por causa das motos
Parabéns, Ana pela realização desse sonho. Com certeza Itu ficará ainda mais bela.
A rua Floriano Peixoto na altura da esquina do Carmo até a praça Bom Jesus, deveria ser um calçadão, é um movimento inútil de carros, e o comércio no local ficaria até melhor!
Conceito de cidade inteligente. Parabéns ITU. Adoro a cidade,
Acho ótima a mudança parabéns
Não me conformo. Uma cidade pequena, onde as vias já são estreitas e extremamente mal cuidadas, a prefeitura vai diminuir mais ainda a passagem de carros pra colocar faixa pra exercícios? Pelo amooooor de Deus! Isso deixa evidente a comum tentativa de políticos corruptos em ganhar votos por meio de “falsas melhorias” pra angariar votos pra próxima campanha eleitoral. Qualquer lugar do mundo, o que move uma nação pra frente é, em primeiro lugar, “educação”, seguida por saúde e segurança. Quem não muda essas coisas só conforma que quer um país falido pra população e, assim, manternos na escuridão da ignorância e, dessa forma, continuarem a enriquecer e desfrutarem de uma vida abastada aos custos do sofrimento dos cidadãos. Só troca cai nessa.
Não me conformo. Uma cidade pequena, onde as vias já são estreitas e extremamente mal cuidadas, a prefeitura vai dificultar mais ainda a passagem de carros pra colocar faixa pra exercícios? Pelo amooooor de Deus! Isso deixa evidente a comum tentativa de políticos corruptos em ganhar votos por meio de “falsas melhorias” pra angariar votos pra próxima campanha eleitoral. Em qualquer lugar do mundo, o que move uma nação pra frente é, em primeiro lugar, “educação”, seguida por saúde e segurança. Quem não muda essas coisas só confirma que quer um país falido pra população e, assim, nos manter na escuridão da ignorância e, dessa forma, continuarem a enriquecer e desfrutarem de uma vida abastada aos custos do sofrimento dos cidadãos. Só troca cai nessa quem é trouxa.
Engraçado tudo arrumado e o dinheiro do auxílio merenda das crianças onde fica cadê os cartões que não foram entregue?.
Onde fica! Onde está o dinheiro que é por direito dos alunos do município de Itu?
Bom dia, moro na zona rural de itu SP, minha rua tá precisando de um trato são só 100 metros quando chove abre buracos de uns 3 metros pesso ajuda de vcs pra da uma melhorada por favor
Obrigado
A proposta é bem vinda, assemelha-se ao conceito de cidades para pessoas, de Jan Gehl, arquiteto dinamarquês que a defende em prol de cidades mais humanizadas, favoráveis ao passeio público, às ciclovias e ao uso misto dos espaços urbanos, com habitações e comércio em coexistência harmônica junto a esses espaços.
Faço votos pelo sucesso do projeto em benefício da cidade, do comércio e do turismo local.