MIB: Homens de Preto – Internacional
Por André Roedel
Sem mais criatividade, Hollywood aposta em incessantes remakes, reboots ou retcons de filmes consagrados no passado. É o caso do novo MIB: Homens de Preto, que, assim como o recente Caça-Fantasmas, apresenta novos personagens em cima de uma trama muito parecida com o original. Só que com uma diferença: esse lançamento não é bom como o injustiçado filme de 2016.
Para início de conversa, um novo capítulo de franquia só se justifica se houver algo novo a ser contado – pelo menos deveria ser assim. E o MIB lançado neste mês não tem isso. Com o subtítulo Internacional, tenta vender a ideia de uma trama global, porém não é isso o que acontece. A única expansão além do território norte-americano é para a Europa, mais precisamente Inglaterra e França, e com poucas cenas em Marraquexe, no Marrocos.
Outra tentativa de implantar algo novo é com o protagonismo de Tessa Thompson – que Caça-Fantasmas já fez bem, e com quatro mulheres. Fascinada pelos homens de preto, a personagem de Tessa busca desde criança (quando teve uma experiência alienígena) entrar na corporação. Quando enfim consegue, conhece o Agente H vivido por Chris Hemsworth. Juntos eles vivem as melhores cenas do filme, quando o roteiro explora o potencial humorístico da dupla.
Porém, quando a trama vai para a aventura com um quê de espionagem – há a suspeita da existência de um traidor na MIB –, tudo soa forçado e sem graça, com um desfecho genérico. Aliás, essa é a melhor palavra para descrever esse filme, que é esquecível a partir do momento em que você sai da sala de cinema. Bem diferente dos demais da franquia, principalmente os dois primeiros, cujas cenas estão marcadas na memória de muitos até hoje.
Além do dinamismo da dupla de protagonistas – em que ela tem um melhor desenvolvimento que ele –, o filme tem como ponto positivo os efeitos especiais, com destaque para o design de algumas criaturas. No mais, segue a mesma estrutura do primeiro, inclusive com as mesmíssimas piadas (como a clássica de uma celebridade na verdade ser um alienígena. No Brasil, o famoso escolhido foi Sérgio Mallandro, o humorista).
Em resumo, MIB: Homens de Preto – Internacional desperdiça oportunidades em apresentar inovações para a franquia e oxigená-la para uma nova geração. Também perde a oportunidade de explorar a veia cômica da dupla, que fica travada por conta da necessidade de se criar um conflito aventuresco no meio disso. Se tivesse se jogado de corpo e alma na comédia, o resultado teria sido muito mais animador.
Nota: 2,5 estrelas