Mulher-Maravilha

Por André Roedel

Um filme necessário. Assim é Mulher-Maravilha, o primeiro filme de uma grande super-heroína desde que Hollywood passou a apostar nesse novo gênero cinematográfico. E também é a primeira produção da DC Comics/Warner Bros. que não é recebida com pedradas da crítica. Muito pelo contrário: o longa-metragem dirigido de maneira muito competente por Patty Jenkins está sendo elogiado e bem aceito, inclusive pelo público.

Isso se deve graças a duas coisas: a simplicidade do roteiro e ao enorme carisma da protagonista Gal Gadot. Vamos por partes. Simplicidade não quer dizer que o filme seja simplório. Com um roteiro linear e quase didático, ele não conta com grandes viradas como em Batman vs Superman: A Origem da Justiça. Faz um arroz com feijão, mas bem temperado, apresentando a origem da personagem. O resultado é uma película leve, compreensível e para todos os públicos – principalmente o feminino.

Já Gal Gadot nasceu para interpretar a princesa amazona. Após todas as críticas sofridas quando de sua escolha para o papel, a israelense virou o jogo e provou que não há outra atriz no momento para encarnar tão emblemática personagem. Ela transmite força, bondade, amor e uma simpatia absurda, atributos mais do que necessários para se viver um grande símbolo dos quadrinhos norte-americanos.

O elenco de apoio de Mulher-Maravilha também é muito bom. Chris Pine, que vive Steve Trevor, affair de Diana, vai muito bem, obrigado. Fica com ele a responsabilidade de trazer o elemento humano à amazona, o que resulta em diálogos emblemáticos – apesar de alguns clichês. Connie Nielsen e Robin Wright, que interpretam a mãe e a tia da protagonista (Hipólita e Antíope, respectivamente), também se destacam em suas breves participações.

Mas nem tudo é perfeito, claro: problemas nos efeitos visuais prejudicam algumas cenas de luta e evidenciam orçamento menor do que outros longas da DC. Outro ponto que não funcionou foi o vilão – que não vou entrar em detalhes para não estragar a experiência de quem ainda vai assistir. Assim como nas produções da Marvel, o antagonista serve apenas como um grande “chefão de fase” que Diana tem que derrubar.

No geral, Mulher-Maravilha consegue acertar onde os demais filmes da DC erraram, mas não apresenta grandes novidades. Repete fórmulas prontas, mas acertadas. Porém, tem como grande trunfo o carisma de Gal Gadot e o roteiro de fácil compreensão, que consegue falar com todos – além de transmitir, mesmo que sutilmente e sem parecer piegas, o tão necessário debate sobre igualdade de gênero e representatividade. Vale o ingresso.

Nota:

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