Mulheres se destacam na linha de frente do combate à Covid-19 em Itu
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é uma data comemorativa que foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas) na década de 1970, simbolizando a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens.
Inicialmente, a data remetia à reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, simboliza a luta das mulheres não apenas contra a desigualdade salarial, mas também contra o machismo e a violência.
Para marcar a data, o Periscópio traz a trajetória de três mulheres que estão na linha de frente no combate à pandemia de Covid-19 na cidade de Itu: a secretária municipal de saúde, Janaina Guerino de Camargo; a coordenadora do serviço de Vigilância Epidemiológica, Lucia Helena Pacífico; e a coordenadora do Hospital de Campanha da cidade, Luciana Maria Nunes Lelli, que simbolizam todas as mulheres guerreiras que, neste período, estão encarando medos e incertezas com muita coragem, esperança e amor ao próximo.
Pós-graduada em Tecnologia em Saúde pela Faculdade de Tecnologia (Fatec), pós-graduada em Administração Hospitalar pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), pós-graduada em Engenharia Biomédica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pós-graduada em Marketing pela Fundação Getulio Vargas, Janaina Guerino de Camargo está no comando da pasta desde 2017.
Ao JP, a secretária comentou sobre os principais desafios enfrentados neste período de pandemia. “A gestão em saúde é uma área que sempre me agradou. Mas, uma pandemia requer estratégias elaboradas e que precisam ser adotadas com brevidade. A cada momento da pandemia os desafios se renovam”, explica.
“Inicialmente, um dos desafios foi a questão estrutural e nos dedicamos, juntamente com a colaboração da iniciativa privada, a implantar o Hospital de Campanha”, acrescenta. “Diante dessa necessidade, também destinamos parte dos leitos do Hospital Municipal, inaugurado pelo governo Guilherme Gazzola em fevereiro de 2019, para o atendimento Covid”.
Janaina explica ainda que, atualmente, os desafios mais recorrentes “são os altos índices de internação, a preocupação com a oferta de leitos e também a ansiedade pelo recebimento de doses da vacina via Ministério da Saúde”.
Questionada sobre como é ser mulher e estar fazendo parte do enfrentamento à pandemia, Janaina comenta que “a presença da mulher na gestão de diversos segmentos, durante a pandemia, revela que podemos ter condições de igualdade em qualquer posto pretendido”. “E é natural que, nos próximos anos, isso ocorra com maior incidência, considerando que já é notório que tanto a mulher quanto o homem precisam ser muito bom naquilo que se propõe a fazer, a fim de se destacar no mercado”, destaca.
A comandante da pasta reforça que, para ela, ser mulher é “se dedicar a tudo o que faz, é ter a consciência de que o mercado requer profissionais capacitados e comprometidos de todos os gêneros”.
Janaína aproveita para aconselhar. “Uma mensagem que eu gostaria de deixar para as mulheres é a de que se dediquem para desenvolver suas habilidades, se aprimorem em seus respectivos nichos de mercado e busquem cada vez mais o profissionalismo e excelência nas atividades que realizarem”.
Formada em Enfermagem (Bacharelado e Licenciatura) em 1998 pela Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e Pós Graduação em Ginecologia e Obstetrícia pela Pontifícia Universidade Católica de Sorocaba, Lúcia Helena Rubira Pacífico é coordenadora da VIEP e, assim como Janaina, fala sobre os desafios enfrentados.
“No início da pandemia, os principais desafios eram basicamente os relacionados à falta de informação precisa sobre a doença, período em que os estudos ainda estavam em andamento. Além disso, o comportamento da Covid-19, as manifestações peculiares de acordo com diferentes organismos, a ausência de um tratamento específico se somaram às dificuldades na condução da pandemia pelas autoridades da esfera federal”, relata.
“O negacionismo, o não cumprimento dos protocolos sanitários e as aglomerações desnecessárias também contribuem para o agravamento do cenário de milhares de óbitos em nosso país”, desabafa.
A coordenadora também falou o que representa ser mulher. “Eu acredito que a grande questão não é ser mulher, mas sim buscar ser uma pessoa melhor a cada dia. E essa busca, em saúde, tem um significado ainda mais especial diante de uma doença que impõe o afastamento físico entre o paciente e os seus familiares”.
“Somos nós, profissionais de saúde, que precisamos cuidar do físico e também do emocional das pessoas acometidas pela Covid-19”, destaca a profissional que explica que enfrentar a pandemia é um grande desafio, mas também um enorme aprendizado. “A equipe da VIEP, em Itu, sempre foi muito unida e comprometida, e não tem sido diferente neste momento. Eu só posso agradecer à minha equipe pela incansável dedicação”.
Lucia Helena aproveita para deixar uma mensagem para as mulheres. “Prossigam com seus sonhos, que trabalhem com afinco e que tenham a consciência que dessa forma atingiremos os nossos objetivos”.
Formada em Enfermagem pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, em 1998 e atuante há 12 anos na saúde municipal, sendo 11 destes na área de Infectologia, Luciana Maria Nunes Lelli é coordenadora do Hospital de Campanha e também abordada os desafios que segue enfrentando. “O medo da morte, do desconhecido, do distanciamento das pessoas que amamos atinge não só pacientes como também os profissionais da linha de frente.
“Na assistência direta ao paciente, precisamos trabalhar esses medos; em relação a nós, equipe da linha de frente, é necessário apoio psicológico para enfrentarmos nossos próprios medos e seguirmos com o nosso trabalho”, explica a profissional, que define o labor como representação de “força, determinação, dedicação, coragem e amor.”
Sobre ser mulher e fazer parte do enfrentamento à pandemia, Luciana cita que, de uma maneira geral, quem está na linha de gente teve que se afastar de alguma forma de sua família e isso é “uma decisão difícil, mas necessária. E isso é doloroso para uma mãe quanto para um pai”.
A coordenadora comenta ainda como está a rotina de trabalho neste período. “Uma média de 16 a 18 horas de trabalho diárias. Mas, o cansaço físico, o esgotamento psicológico, o desconforto causado pelos EPIs ainda são menos intensos que a tristeza que sinto em saber que muitas pessoas não acreditam no vírus, na doença, no sofrimento dos acometidos por ela, na vacina e não cumprem os protocolos sanitários, não usam máscaras, se aglomeram e não pensam de forma coletiva”, desabafa.
Ao finalizar, Luciana comenta como é lidar com as preocupações e ao mesmo tempo ter de passar segurança aos pacientes. “Eu fiz um juramento ao concluir o curso de Enfermagem de que atuaria para salvar vidas. Eu sou uma mulher de muita fé. Então, as preocupações e medos perdem forças diante disso. E mesmo com a sensação de impotência, em determinados momentos, sigo me doando tanto profissional quanto humanitariamente”.
Seria interessante entrevistar quem realmente põe a mão na massa médicos e técnicos de enfermagem e auxiliares
Já fizemos: http://jornalperiscopio.com.br/site/enfermagem-profissao-de-esperanca-e-amor-durante-a-pandemia/
Parabéns pelo homenagem porem acredito que seria interessante divulgar o trabalho que de vacinação realizado casa – casa em idosos que não tem condições de irem aos pontos estratégicos e muitas vezes não possuem veiculo para o transporte (Serviço Melhor em Casa , Secretaria Municipal de Saúde, etc) através da rede básica e outros serviços estão trabalhando com comprometimento e responsabilidade pois é preciso realizar uma busca ativa para esses casos serem contemplados e vacinados dentro da programação da Campanha de Vacinação Coronavírus .
Sendo importante divulgar a vacinação nas instituições de longa permanência em nosso município (municipal, estadual e federal, etc) em todos os colaboradores e internos das mesmas e assim favorecendo a proteção de maneira que rege os principio do SUS .