O começo do fim
Por André Roedel
Ontem (4), jornais, revistas e sites de todo o País noticiaram à exaustão a Operação Lava Jato apertando o cerco contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com a investigação, o petista e seu “Instituto Lula” teriam recebido R$ 30 milhões das empreiteiras sob suspeita da Polícia Federal. Segundo o procurador da República, Carlos Fernando Lima, a força-tarefa está “analisando evidências de que o ex-presidente e sua família receberam vantagens para obtenção de atos dentro do governo”.
Ainda é prematuro em falar que finalmente se chegou ao “cabeça” dessa grande máfia que foi instaurada nos últimos anos no governo federal e que fez sangrar bilhões de reais dos cofres públicos. Porém, serve como uma esperança de que, aos poucos, todos esses parasitas serão exterminados da nossa política. Também serve para mostrar que ninguém, nem mesmo um idolatrado ex-presidente da República, está acima da lei. Mas ainda é necessário se averiguar melhor tudo isso, para que não acirre – ainda mais – essa polarização partidária que o Brasil vive nos últimos anos.
Porque desde que começaram a surgir evidências de um possível envolvimento de Lula nos esquemas de corrupção na Petrobrás (e também com a reeleição de Dilma Rousseff como presidente da República, fato que desagradou boa parte do Brasil), a população brasileira tem se dividido em dois grandes “times”: o dos que não suportam mais essa roubalheira e querem a cabeça do petista a qualquer custo e o dos que insistem em protegê-lo como se ele fosse a pessoa mais honesta do mundo – como o próprio declarou recentemente, com outras palavras.
A verdade é que nenhum lado está certo, porque todo e qualquer extremismo não vale a pena. E também porque “do outro lado” não há muitos que se salvem desse mar de lama que inundou a política nacional. Não podemos tornar nossa insatisfação com os “representantes do povo” em raiva desmedida, que nos faz discutir por qualquer coisa nas redes sociais e até mesmo na vida real.
Por isso é hora do povo brasileiro se unir. Se unir para que políticos corruptos – da legenda que forem – sejam punidos. Que os ladrões de merenda, os mensaleiros, os superfaturadores do metrô, os sanguessugas e outros sujos que não respeitaram o voto confiado pela população saiam imediatamente do poder e paguem pelos crimes que cometeram. Que esse 4 de março de 2016 seja lembrado pelos próximos anos como o dia em que o fim começou. O fim de políticos que buscam o poder pelo poder e privilégios para si próprio, se esquecendo do povo que os colocaram onde estão. O fim do coronelismo, da barganha eleitoral, do desrespeito à Constituição. O fim de uma política atrasada – e que está atrasando o Brasil.