Oito Mulheres e Um Segredo

Por André Roedel

Com o feminismo cada vez mais em evidência, as grandes empresas estão investindo na igualdade de direitos – pensando no retorno comercial, é claro. Mas, independente disso, é a oportunidade de mulheres talentosas aparecerem, sejam como diretoras, produtoras ou atrizes. Oito Mulheres e Um Segredo é um grande exemplo.

Dirigido por um homem (Gary Ross, do primeiro Jogos Vorazes), o filme tem em seu elenco principal, como o título deixa bem explícito, oito mulheres de talento. Das mais conhecidas, como Sandra Bullock e Anne Hathaway, até as menos prestigiadas pelo grande público, como Awkwafina e Mindy Kaling.

Versão masculina do já clássico Onze Homens e Um Segredo (lançado em 1960, com Frank Sinatra, e regravado em 2001, como George Clooney no papel principal), Oito Mulheres é uma despretensiosa comédia de assalto, que evita o sexismo e tem algumas tiradas legais, apesar do roteiro absurdamente simples e de um segundo ato arrastado. O longa também presta homenagem aos seus antecessores, mas sem incorrer no erro de ser muito saudosista.

Na trama, vemos Debbie Ocean (Sandra Bullock) recém-saída da prisão e, tal qual seu irmão Danny, resolve colocar em prática um engenhoso plano para roubar um colar de diamantes avaliado em 150 milhões de dólares durante o Met Gala, evento beneficente do Instituto de Vestuário do Museu de Arte Metropolitana de Nova York.

Para ajudar na trama, ela sai em busca de amigas – cada uma especialista em um tipo de furto ou golpe. E a interação delas é o ponto principal do filme. Sandra e Cate Blanchett têm uma ótima parceria, apesar da personagem da última não ter tanto destaque quanto seria apropriado para uma atriz desse quilate.

Das demais, quem se destaca são Sarah Paulson e Rihanna. Isso mesmo, a cantora – que, aliás, vai se tornando recorrente em produções cinematográficas e mostrando potencial. Mas a grande estrela do filme é Anne Hathaway. Ela interpreta uma atriz que será a anfitriã do Met Gala e dá um show de atuação, com caras e bocas e uma pitada de sensualidade que já é inerente a ela.

Sem pretensão alguma de ficar debatendo feminismo e igualdade de gênero, o filme se preocupa em divertir e mostrar que mulheres são capazes de forma prática – isso significa que não temos militância desnecessária. O espectador vai rir dos absurdos, achar interessante a química do elenco e se entreter por quase duas horas. E isso basta para valer o ingresso.

 

Nota:

 

 

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Um comentário em “Oito Mulheres e Um Segredo

  • 22/06/2018 em 16:12
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    Vou ver, mas tenho receio de ser mais um filme americano que não tem “conteúdo”. De qualquer maneira, foi um prazer ler sua matéria, André.

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