Outubro Rosa: a importância da conscientização

Amanda Carreri destaca o apoio da família durante o tratamento (Foto: Arquivo pessoal)

O Outubro Rosa surgiu nos Estados Unidos em 1990, quando aconteceu a primeira Corrida pela Cura na cidade de Nova York. Na ocasião, a Fundação Susan G. Komen for the Cure distribuiu aos participantes um laço rosa. A partir de então, o evento passou a acontecer anualmente.

No Brasil, as campanhas de conscientização sobre o câncer de mama acontecem desde 2002, mas foram instituídas por lei federal apenas em 2018. A partir de 2011, ocorrem campanhas sobre o câncer de colo do útero em diversos estados.

O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil. A prevenção primária e a detecção precoce contribuem para a redução da incidência e da mortalidade por essa neoplasia. A população deve ser informada quanto ao tema para que possa adotar medidas que protejam a sua saúde.

A prevenção primária do câncer de mama consiste em reduzir os fatores de risco modificáveis e promover os fatores de proteção para a doença. A prática de atividade física, a manutenção do peso corporal adequado, por meio de uma alimentação saudável, e evitar o consumo de bebidas alcóolicas estão associadas à redução do risco de desenvolver câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor.

O câncer do colo do útero é a terceira neoplasia mais frequente em mulheres no Brasil, com grandes desigualdades regionais e maior incidência e mortalidade nas Regiões menos desenvolvidas do País, em especial a Região Norte. Está em curso uma chamada global para a eliminação da doença por ser praticamente 100% prevenível por vacina e rastreamento.

O câncer do colo do útero está associado à infecção persistente por subtipos oncogênicos do vírus HPV (Papilomavírus Humano), especialmente o HPV-16 e o HPV-18, responsáveis por cerca de 70% dos cânceres cervicais. A infecção pelo HPV é muito comum. Estima-se que cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas irão adquiri-la ao longo de suas vidas. A maior parte dos casos regride espontaneamente. Quando isso não ocorre, pode ocorrer o desenvolvimento de lesões precursoras que, se identificadas e tratadas adequadamente, possibilita prevenir a progressão para câncer.

Nesta semana, o Periscópio conversou com a analista de vendas internas Amanda Carreri, de 31 anos. Nascida e criada na cidade de Itu, ela teve, no dia 13 de agosto, confirmado o diagnóstico de câncer de mama.

“O diagnóstico foi confirmado [após o processo de biópsia] junto ao médico mastologista e estava acompanhada do meu marido. No momento não queria acreditar que era minha realidade. Foi difícil aceitar, chorei muito mas após alguns dias senti que era hora de erguer a cabeça e enfrentar da melhor forma possível”.

Sobre o tratamento, Amanda explica: “Os médicos determinaram que serão feitos primeiro pela quimioterapia, na sequência a radioterapia e por último a cirurgia. Os primeiros dias após as sessões são difíceis por conta da medicação que é bem pesada. O maior desafio é ter um dia ‘normal’, pois estar fisicamente à disposição é literalmente uma montanha russa. Um dia está bem e outro nem tanto. Muitos altos e baixos”.

Assim que há o diagnóstico, o apoio dos familiares é fundamental e isso não falta para Amanda. “A minha família é a minha base, para tudo! Estão ao meu lado desde que suspeitei e sempre me motivam a ser melhor e seguir em frente. Tudo o que preciso, desde pequenas coisas ou até mesmo uma conversa… eles estão à frente, sempre”, destaca.

Sobre a campanha “Outubro Rosa”, a analista destaca a importância da ação. “Hoje, sendo uma paciente oncológica, percebo o quanto é importante a campanha do Outubro Rosa.  E não somente no mês de outubro, mas todos os meses temos que ficar de olho e acompanhar qualquer alteração. Acho importante nos conhecermos, não só mentalmente mas também fisicamente”.

Amanda aproveita para deixar uma mensagem: “O auto exame salva vidas. Nossa saúde tem que estar em primeiro lugar. Se amem, se cuidem e se conheçam”, encerra.