PARA ONDE VAMOS?

Ao persistir nossa ignorância, a ganância desenfreada, o desmatamento, as queimadas irresponsáveis, o lixo doméstico e industrial poluindo e contaminando o lençol freático e os mares com a destruição dos cardumes e corais, as mudanças climáticas e o crescimento populacional desordenado, não teremos para onde ir.

Se próximo ao planeta Terra houvesse outro astro com as mesmas condições, poderíamos nos mudar. Todavia, o planeta mais próximo com as condições ideais de atmosfera, temperatura, e recursos naturais idênticos, deve estar a uma distância infinita, se é que existe.

Só nos resta uma única alternativa: cuidar do planeta Terra. E a palavra chave é a preservação da natureza, o respeito pela fauna e pela flora. Cuidar dos nossos mananciais que a cada dia vão sendo destruídos, provocando a escassez de água potável.

Outro fenômeno registrado é a presença de animais silvestres famintos que estão invadindo as nossas cidades e isso em todo o mundo, devido à extinção sistemática de seus habitats naturais.

Em São Paulo conheci Alberto (nome fictício) um senhor de 65 anos de idade, deveras inteligente que, aproximadamente há vinte anos, adquirira uma propriedade no triângulo mineiro por uma bagatela, por estar exaurida de recursos naturais. A área sofria com a escassez de água. As nascentes e o lago haviam secado, os peixes mortos. A propriedade tornou-se improdutiva. Todos acharam que o Sr. Alberto estava louco.

Com recursos próprios, ele mandou abrir dois poços artesianos e encontrou boa água. A seguir iniciou o replantio de vegetação nativa e árvores frutíferas, entre outras. Aos poucos foram surgindo as antigas nascentes de água pura e límpida.

Lentamente o lago foi recuperado e graças aos alevinos soltos ali, hoje é um local piscoso, cheio de vida. As aves voltaram e as abelhas e outros insetos voltaram a polinizar as plantas.

Hoje ele já possui uma lavoura de milho, mandioca, um pomar frutífero, criação de aves, porcos e um apiário. A propriedade voltou a ser produtiva. E o melhor, os vizinhos que estavam mais ou menos nas mesmas condições precárias, aprenderam com o Sr. Alberto a recuperar suas propriedades.

Mas, se destruirmos o planeta para onde iremos? Discutem-se hoje, na NASA as possibilidades de colonizar um planeta vizinho. Está prevista a criação de uma estação espacial de abastecimento na órbita da Lua, esperada para 2024 e aguarda-se o lançamento da primeira missão tripulada para Marte em 2033. Pretende-se com isso estabelecer uma pioneira colônia marciana. Não se considera o retorno dos astronautas à Terra. Uma das incumbências será procurar a vida nas águas dos rios e lagos marcianos subterrâneos.

Não precisamos nos aventurar afoitamente no Cosmo. O nosso lugar é aqui, só precisamos cuidar do nosso planeta com inteligência e amor. Se cada um fizer a sua parte, a Terra será salva.

Guilherme Del Campo
Cadeira nº 11 | Patrono Mário de Andrade